Em 1980, João Lourenço dirige "Baal", de Bertolt Brecht, no Teatro da Trindade.Na fotografia, o encenador com João Perry e Mário Viegas |
- entre Abril de 78 e Dez. de 80, foi a C. da C.; ainda D. insistia com MED e, à tarde, estudava na Sala...; às vezes aparecia M. V. (...);
- a dado passo, J. L. tornou-se visita regular, com os pais (houve sociedade num dos novos REST. de J. V.?..; chegaram a ser 7...)
- manhã morrinhenta; nuvens escuras que «não dão água», pela tarde; Envelopes fracos, logo rápidos; pequena Pausa, tempo, por ex.º, para ler
esta ENTREV. a J. L.
esta ENTREV. a J. L.
RECORTE:
Pergunto-lhe: o que é que ainda tem do miúdo que se “entusiasmou” com aquele rei no Teatro Nacional?
[Longa pausa] O sonho. Poder sonhar. Acho que o teatro, como um livro, como o cinema, a pintura, faz-nos sonhar — mais até o teatro do que os livros, o cinema ou a pintura –, faz-nos pensar. Quando estamos a assistir a um espetáculo temos que imaginar muita coisa. No teatro podemos dizer que há relva, que há uma catedral, e não está lá nada e nós imaginamos o que quisermos. A imaginação sempre foi para mim importante, desde miúdo. E, portanto, ainda hoje existe em mim. E isso que tenho do miúdo: sonhar com histórias. E depois comecei a ver que essas histórias seriam as histórias da minha vida – e as histórias da vida de todos nós. E comecei a ver que era importante contar essas histórias no teatro.
[Longa pausa] O sonho. Poder sonhar. Acho que o teatro, como um livro, como o cinema, a pintura, faz-nos sonhar — mais até o teatro do que os livros, o cinema ou a pintura –, faz-nos pensar. Quando estamos a assistir a um espetáculo temos que imaginar muita coisa. No teatro podemos dizer que há relva, que há uma catedral, e não está lá nada e nós imaginamos o que quisermos. A imaginação sempre foi para mim importante, desde miúdo. E, portanto, ainda hoje existe em mim. E isso que tenho do miúdo: sonhar com histórias. E depois comecei a ver que essas histórias seriam as histórias da minha vida – e as histórias da vida de todos nós. E comecei a ver que era importante contar essas histórias no teatro.