sexta-feira, outubro 23, 2020

«o bom Bocage lá de casa» ( «se não fosse...») + «Filmes Literários»

 - [desta vez, não houve o «Pesadelo no Q.do» do Costume...]

- 4 e 45; «desligar...»:
1.º Q.do, só com 5 Q.das, numa sala com mesa muito comprida e ecrã enorme; passado um filme sobre Stevenson, enquanto decorria outro sobre Mário de Carvalho, precisando de tempo para a «Oficina de Apresentação», E. já pensava em «saltar» outro(s) dos «Filmes Literários»  que seleccionara...

- 6 e 5; «desligar...»:
Poço dos Negros, início da subida da C. do Combro; num Microcarro parado, um Velho com cara de I. M. (sim, o de Oeiras), dizia para outro, no passeio: «não ensinam nada; nem a ler nem a escrever!»; (e enquanto arrancava) «se não fosse o Bom Bocage lá de Casa e...» (inaudível ou «esquecido»...); depois, o interlocutor dizia para outro circunstante: «a de História ainda quer tudo pormenorizado...; os outros? os outros são todos regulares, regulares...».

Máquina APN....

domingo, outubro 18, 2020

Rushdie: «A Ficção como Verdade»

[Há muito que D. não lê S. R...; foi à Estante da Sala e não encontrou nenhum: estará algum em S. António, nas Estantes de J. e de C. Bap.?]

Aos
 73, Entrevista ao «Ípsilon», a Isabel Lucas, sobre «Quichotte»...;

RECORTE:
[...]
Ainda sobre as origens deste livro, fala da ópera Don Quixote, Jules Massenet, para sublinhar que não se trata de uma imitação, mas de uma inspiração para falar de um mundo — este — onde existe uma confusão entre real e irreal.
O mundo da imaginação e o mundo objectivo sempre se sobrepuseram. As coisas têm de ser imaginadas antes de virem para a realidade. É preciso imaginar uma roda antes de fazer uma roda. Sempre houve transições entre o mundo nas nossas cabeças e o mundo à nossa volta. Mas o que está a acontecer de forma mais perturbadora é a confusão acerca da verdade em resultado da combinação de duas coisas: novas tecnologias de informação e um grupo de políticos sem escrúpulos. Há um problema quando muita gente não é capaz de distinguir entre mentira e verdade. A ficção é diferente da mentira. Margaret Atwood escreveu um ensaio muito bom sobre isto. Não me lembro das palavras exactas, mas o que ela dizia é que a literatura é acerca da verdade; a arte do romance é acerca de encontrar maneiras para a verdade, sejam quais forem; podem ser muito surrealistas ou muito naturalistas, mas o propósito é o de dizer alguma coisa que seja verdadeira acerca dos seres humanos e do mundo que construímos. Enquanto a mentira é um meio de esconder, de mascarar a verdade. A ficção e a mentira são inimigas de muitas maneiras. Muitas vezes diz-se que são a mesma coisa porque são formas de fazer acreditar. Mas a literatura está ao serviço da verdade, enquanto a mentira está ao serviço da falsidade. Num tempo como este a literatura pode refazer o contrato entre escritor e leitor, um acordo acerca do que é a verdade.
[...]

quinta-feira, outubro 01, 2020

«Escuta, Guilherme, por que é que te chamas Gui»

 - crónica de J. Miguel Tavares de hoje, no Público

RECORTE INICIAL:

Sobre Quino posso dizer isto: o meu terceiro filho chama-se Guilherme apenas para termos o prazer de o chamar “Gui” (ninguém o conhece por outro nome), tal como o adorável irmão mais novo da Mafalda. Há uma tira em que o pequeno Gui insiste, como todas as crianças, em perguntar “puquê”, “puquê”, “puquê”, e ao fim do quarto “puquê”, Mafalda suspira: “Só um ano e meio e já candidato ao gás lacrimogéneo.” [...]