domingo, março 17, 2024

Pessoa e o(s) Desporto(s)

- Artigo do «Público», sobre o recente Colóquio na GULB.; lido no «28», a observar os TURIS «desenfarpelados» pela «onda primaveril de calor de Verão»; as referências feitas permitem elaborar uma Lista de Biografias a Ler...; na BERT., alcançada a p. 73 de «A desobediente»...;

RECORTE:

[...] Nos papéis que Pessoa trouxe de Durban, na África do Sul, havia poemas, listas de livros que desejava comprar ou papéis relacionados com jogos infantis. Richard Zenith encontrou listas de jogadores de futebol, de críquete, equipas e os resultados de jogos. Ficou curioso. À primeira vista, Pessoa parecia ter sido um espectador fervoroso de acontecimentos desportivos. “Fui à procura dos nomes dos jogadores dessas equipas e não os encontrava, nem sequer na escola onde estudou Pessoa. Fui também ver as listas telefónicas da época e esses nomes não apareciam em lado nenhum. Pouco a pouco percebi que tudo era uma invenção”, contou na Gulbenkian, explicando que Pessoa inventava equipas e imaginava jogos. “É fascinante e mostra até que ponto Pessoa era lúdico.” [...]

domingo, março 03, 2024

2 em 1

- 5 e 45: «APN» (1.º desligar da)
 - já passa da meia noite, com o Serviço a terminar, quando entram vários grupos,  «animados», mas não para fazer grande despesa...; como sempre, J. V. (o «Mestre de CERIM.a») recebe-os calorosamente; quanto ao mau humor de quem irá «perder barcos» e chegar muito mais tarde a Casa...;

- 7 e 10: acorda num 2.º qd.o de um Qd.o de D. de P., no momento em que, na presença de uma Mestre de Materiais, se «ordena» o total desligar dos «telelés», designando-os como «maquinetas fascist.es» e outras expressões «mimosas»...

quarta-feira, fevereiro 28, 2024

«O homem que lia as paredes» - Lucia Berlin (A Casa, as casas)

 - de 2019, mas vindo agora da FNC (30%...); alcançada a p. 81 destas evocações dos «29 primeiros anos de Vida de L. B.» (livro final, deixado incompleto,- 94 pp. - «em 1965» + «Cartas Escolhidas») OU ABG - ROTEIRO pela(s) CASA(s) [...]; 33 delas listadas entre 93 e 97;

RECORTE(s):

    Semanas antes do primeiro nevão, o meu pai levava-me às montanhas todos os sábados. Transportávamos provisões de Inverno para dar a um velho garimpeiro que lá viveu sozinho durante uns cinquenta anos. Farinha e café, tabaco, açucar, feijão seco, porco salgado, aveia, velas. Pesadas pilhas de revistas: The Saturday Evening Post, Redbook; Field and Stream
   Era uma longa subida, por um carreiro que marcámos no primeiro dia. Ele deixou-me fazer golpes nos troncos; a seiva mantém-se pungente na minha memória. Aninhada na orla do prado luxuriante verde-vivo, ficava a casa de madeira de Johnson. Na verdade, era uma cabana tosca, por pintar, com janelas que pareciam olhos e uma porta como um sorriso apalermado e torto. Ervas altas e flores silvestres cobriam o telhado como um chapéu festivo. [...]
[...] Eu arrancava meticulosamente as páginas das revistas e colava-as nas paredes com farinha e cola de água, com muito cuidado para não molhar nenhuma parte do texto. A ideia era fazer uma montagem cerrada das páginas em toda a casa, do chão ao tecto. E, nos dias escuros de Inverno, Johnson leria as paredes. [...]
[sublinhados acrescentados]

Lucia Berlin, Bem-vinda a casa, 2019, pp. 29-31

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Zmab sob Betão

 - 6 e 30: Máquina «APN» (1.º «desligar»)

- Ida à Zmab., de R., de autocarro, com «residente» - que talvez pudesse vir a «ajudar» no COND. - fez Visita Guiada por um Labirinto de Torres em construção - vista do lado do mar, em «frente compacta»; R. esqueceu a chave do Palácio, logo não o  pôde mostrar à referida Figura...; o estado da parede exterior, a precisar de urgente MANUT., deixou-o «aturdido»; como dizer isso à General, após o regresso?

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Mourão-Ferreira

 - R. esperou que M. J. C. reclamasse (2 Xs)  «que ainda não lhe enviara os prometidos textos» - ficara na «Letra G». no ano passado.

Com [o envio] dos textos de Mourão-Ferreira, a seguinte Nota:

No Natal de 86 [D. no seu 1.º ano em Estudos Portugueses], no «Copo de 3», efémero Poiso (Estaminet) numa esquina da Praça das Flores (com a Rua Marcos Portugal?), D. «oficiou» um jantar de D. com alunos seus - um amor feliz já levava alguns meses de sucesso e de vendas - ; à saída, debaixo do braço, um (tosco) embrulho com um Bolo Rei [era público que o adorava em «torradas»...]

Quanto à «selecção» que te anexo, usei-a, ao longo dos anos, várias vezes, [...]

[lembra-se R. que um desses poemas perturbava sempre muito e tanto que, uma vez... («e o resto não se diz»)

domingo, fevereiro 11, 2024

«um homem pequeno», Isabela Figueiredo

 . Excerto da Crónica ABG, de hoje, «A importância do Não», de I. F. (I. A. S., como Nome Civil, 86-87, 89-90, Nova), no «Público»: 

[...] Situo-me em 1976. Tenho 14 anos. É um domingo de Inverno, final de tarde. Estou em Alcobaça, em casa da minha prima M., onde talvez tenha ido passar o fim de semana para ajudar a tomar conta das crianças. Temos 15 anos de diferença, mas falamos como irmãs. A minha prima é alvo de violência física e psicológica por parte do marido, um homem pequeno, de maus instintos, que já lhe batia antes do casamento. Bateu-lhe durante a gravidez do primeiro filho. A lista de violência era longa, complexa em perversidade e diária, por nenhum motivo. Porque a persiana deveria estar fechada, porque a toalha da mesa tinha uma nódoa de sumo, porque chegou bêbedo. Ela temia-o, naturalmente. Observo e reconheço a violência que causa a demolição de qualquer ideia de família, mas não tenho medo dele. Desprezo-o. [...]

quinta-feira, novembro 23, 2023

Listas Mecânicas

- [entregue o CRV, na segunda, 20...; tantas idas à Janela, de manhã cedo, para verificar onde o «largara», antes da ida para a «AA»...]

- 84 - 87: 4GTL (despiste + Capot.o, em Abril, pela Páscoa, antes do H. S. A....)

- 87 - 92: VISA (no cruz.o de Arroios-P. do Chile, a General «bateu»...; depois, enviou D. «para a Cabeça do Toiro», que Sarilho...]

- 92 - 99: Hy P (a bom preço - era a Entrada da Marca.Coreana.. - baixo ou «atarracado», forte e Feio...)

- 99 - 23: CRV** [pelo seu 24.º ano, «asneirada» de R.,  «foi despachado»]

- 96 [...]; HRV (herdou o «Diístico» da EMEL do Anterior**..)

segunda-feira, novembro 06, 2023

A primeira aula.

 - [terminado ontem Tempo de erros, de Chukri (2.º vol. de ABG); «aquele que a si mesmo se narra», já adulto, inicia a «Primária», numa turma com idades variadas [...]
EXCERTO:
     [...] O professor regressou e sentou-me na fila do meio, ao lado do aluno mais novo. [...] - Este é o vosso novo colega. [...]
    Olharam para mim cochichando entre si, irrequietos. O professor bateu com a régua na sua secretária. Calaram-se. A maioria vestia jelaba. Tinham um olhar ofuscado. [...] Copiavam a lição escrita no quadro. O que estarão a copiar? à minha frente, o caderno e a caneta esperando que eu comece a minha primeira lição. Os símbolos do mundo transladavam-se para a página do meu colega de carteira, enquanto a minha continuava em branco. Olho para os meus colegas e penso: Escrevem à vontade. Será que o director me vai deixar aprender tanto quanto eles? [...]

Muhammad Chukri (1935-2003), Tempo de erros [1992], Antígona, 2023, pp. 21-22

sábado, outubro 28, 2023

Quadrados, sempre

 - muito sonha o «Mascarado Apneico», frequente ou maioritariamente,  com Qd.os

- 5 e 45, terceiro desligar da «Máq.a APN»
- Só uma Qd.a escrevia o Sumário - quando um outro enfatizou o ilógico «avanço da Numeração», R, «desconversou»; faltava o «documento de base» para a Oficina planeada e R. disse-lhes para o esperarem; saiu e foi de motorizada (!!!) a casa, a de S. Paulo, com as escadas de madeira; no regresso ia pensando que já chegaria tarde e o Qd.o teria «desertado»...

quinta-feira, outubro 19, 2023

a Menina «que andava a pensar muito em»

 - quando, de longe a longe, (re)encontra um(a) «Ex-AA» na rua, o mais frequente é enfatizar que «não se lembra...»; pois, se «terão sido cerca de 3000...»; 

- J. B. é a que mais tem «acompanhado», pelas obras e não só...; lembra-se quando (em 9798 ?), «referia os treinos às 6 da manhã, em BEL.,  e o(s) treinador(es)  RUSSO (s)»  e também da sua «troca de pista» (p. 37) (...); 

- RECORTE do seu mais recente livro:

[...] «No cúmulo das minhas dificuldades para conseguir manter o ritmo e continuar na equipa, pedi para lhe falar, àquele colosso de dois metros de altura e muitos palmos de largo. Abri a boca e consegui apenas dizer «que andava a pensar muito em» sem chegar a especificar no quê. Ele interrompeu-me. Disse uma frase que me gelou, num sotaque soviético carregado: «Nadador não pensa, nadador nada». No minuto seguinte eu estava dentro de água, soavam apitos, sucediam-se tarefas. [...]»

         Joana Bértholo, O meu treinador  - e outras vivências do desporto de alto rendimento., F. F. M. dos Santos, 2023, pp. 24-25

[sobre este, Entrevista a 7 de Dezembro: AQUI]

quarta-feira, outubro 04, 2023

«a Menina que roubou o Nome da Mãe» Goliarda (Iuzza) (Maria) (Sapienza)

    «Portanto, como vos disse, chamo-me Goliarda, e tenho de reconhecer que, ao descobrir que todas as meninas se chamavam Maria, Anna, Giovanna, isso me deixou um pouco chocada. Não me atrevia a pedir explicações a ninguém, nem mesmo ao professor Jsaya, e embora em casa ouvisse dizer que me haviam dado este nome porque tivera um irmão chamado Goliardo que morrera antes de eu nascer, não fiquei nada convencida. E uma bela tarde, exasperada com este nome que deixava todos espantados, no pátio, na praia, procurei na lista telefónica de Catânia, desesperadamente, uma irmã ou um irmão com este nome. Em lágrimas, tive de aceitar a realidade: não havia nenhuma Goliarda nem nenhum Goliardo em toda a Catânia, logo, para mim, no mundo inteiro. Estava sozinha. [...]
[...]
     Os meus, mais tarde, devem ter-se arrependido deste nome, porque me chamavam Iuzza. Iuzza, na Sicília, é um diminutivo bastante comum. Sim, devem ter-se arrependido, mas isso não me importava nada. Goliarda existia, e Iuzza não era um nome. Tinha de ser eu própria a remediar o assunto. Era possível mudar de nome?. Tomei uma resolução que me fez suar as mãos, e na Playa, na escola - no pátio não, porque esses sabiam tudo - , comecei a dizer que me chamava Maria. Maria era o nome da minha mãe, logo não devia ser um roubo de grande monta. [...]
        
          Goliarda Sapienza (1924-1996), Carta Aberta (1967), Antígona, 2023,                                                                                             pp. 31, 39 

terça-feira, outubro 03, 2023

«A medida das carências: uma imagem: [...] bombons cor-de-rosa»

[Outro Recorte da Leitura das semanas de 18 a 30 de SET.]

    «Contagiado pela esperança geral de 1945, ele decidiu abandonar o Vale. Eu adoecia com frequência, e o médico queria enviar-me para um sanatório. Eles venderam os seus bens para regressar a Y..., [...] O camião de mudanças, em cuja cabina nos instalámos, chegou a Y..., a meio da feira de outubro. A aldeia tinha sido incendiada pelos alemães e as barracas erguiam-se entre os escombros. [...] Ele conseguiu trabalho na Câmara, na terraplanagem das crateras das bombas. À noite, junto da barra dos antigos fogões [...] ela dizia; «Que condição.!» Ele nunca respondia. À tarde, ela levava-me a passear pela cidade. Somente o centro tinha sido destruído, e os armazéns haviam-se instalado em casas particulares. A medida das carências, uma imagem: um dia, já escuro, na montra de uma pequena janela, a única iluminada na rua, brilham bombons cor-de-rosa, ovais, polvilhados de branco, em pequenas saquetas de celofane. Não eram para qualquer pessoa, eram necessários cupões.
  
 Annie Ernaux,  Um lugar ao sol seguido de Uma mulher, 2022, p. 37

segunda-feira, outubro 02, 2023

«Era preciso viver, apesar de tudo»

     [Outro Recorte da Leitura das semanas de 18 a 30 de SET.]

    «Até meados dos anos cinquenta, nos jantares de comunhão, nos festejos de Natal, a epopeia daquela época será recitada em várias vozes, repetida indefinidamente sempre com os temas do medo, da fome e do frio durante o inverno de 1942. Era preciso viver, apesar de tudo. A cada semana, o meu pai trazia de um entreposto, a trinta quilómetros de L..., num reboque atrelado à sua bicicleta, as mercadorias que os grossistas já não entregavam. Sob os bombardeamentos incessantes de 1944, naquela parte da Normandia, ele continuou a abastecer-se, mendigando suplementos para os velhos, famílias numerosas e todos os que estavam sob a acção do mercado negro. [...]
    Ao domingo encerravam o comércio, passeavam pelos bosques e faziam piqueniques com pudim sem ovos. Ele levava-me às cavalitas, cantando e assobiando. Durante os alertas, escondíamo-nos debaixo do bilhar do café, com a cadela. Convictos de que «era o destino». Por ocasião da Libertação, ele ensinou-me a cantar A Marselhesa, acrescentando no final «tas de cochons» para rimar com «sillon»- Assim como as pessoas em volta, estava muito contente. Quando ouvíamos um avião, levava-me à rua pela mão e mandava-me olhar para o céu, o pássaro: a guerra tinha terminado.»
  
 Annie Ernaux,  Um lugar ao sol seguido de Uma mulher, 2022, p. 36 - 37

sexta-feira, setembro 15, 2023

«Lá em casa, só o gato não foi preso» OU «de quem é o 25»? OU «Cardoso Pires nunca escreveu O Delfim»

 - no Ìpsilon, a cronista apresnta várias evocações AUTOB.as, até chegar ao cerne da Crónica «Cardoso Pires nunca escreveu O Delfim»: uma das «dispara(ta)das» frases do «Rei dos Afectos» [...]

RECORTE inicial:

Não é a primeira vez que o digo. Lá em casa foi tudo preso pelo menos uma vez. Escapou o gato chamado Pompidou. Reconheça-se: um belíssimo nome para gato. A escolha resultou da vitória de Georges Pompidou nas eleições presidenciais francesas de 1969. [...] Escapou o gato e escapei eu graças à minha proverbial mania de descumprir horários. 

A reunião dos estudantes de Liceu estava marcada para Lisboa no Instituto Superior de Economia (hoje ISEG). Sem aviso prévio, e ironicamente por razões de segurança, foi mudada para a Faculdade de Medicina. Ora tendo eu já chegado atrasada a Económicas, muito mais atrasada cheguei ao Hospital de Santa Maria. Resultado: quando cheguei a Santa Maria já tinha seguido tudo de ramona para o Governo Civil. E foi assim que a 16 de Dezembro de 1973, desistindo de continuar a calcorrear a capital atrás da PIDE e para mais ao domingo, ilesa, apanhei o comboio e fui para casa. Confirmo: era domingo.  [...]

quinta-feira, setembro 14, 2023

«Então, como é estar L.?»

 - já há muitos anos, muito antes de uma das Qd.as lhe «disparar»: «ó M., já ninguém escreve em blogues!»  (aí por 2015?), quando lhe perguntavam se «não usava Facebook», D. respondia que era «tooface for him» e «que  se ficava pelo book» ..;

- veio a Pandemia e, precisando de consultar de véspera a Ementa do STP, lá se «inscreveu», só para isso...; em consequência, Eli «arrasou-o» e o primo D. M. telefonou, muitas décadas depois...;

- rendido à «vida social» que lhe resta..., R. passa amiúde pelo Palácio [evidentemente, já não «canta» pelos CORR.s...], a caminho do STP; e é inevitável; há sempre mais um(a) «invejoso(a)», a menos de cinco anos da situação de D. (R.) que lhe repete a pergunta indicada; logo, L. = livre;

- pois é... ; [soube que J. S. - «ex-bibliotecária», «sai na lista de Outubro...; efectivos, restam 6..., só uma «abaixo dos 60»...]

segunda-feira, agosto 28, 2023

«as armadilhas da autoficção»

 Não sendo «assinante», só é possível ler a parte inicial do artigo de José Mário Silva, ora no «Expresso»; assim, não se pode entender a referência «armadilhas da autoficção»

O amor breve dos pais famosíssimos [...] paira sobre a escrita exemplar de Linn (com a mãe, numa imagem de 1976) que fala de si e da sua família sem cair nas armadilhas da autoficção

 

Li Erben/Getty Images

Recorte(s): Logo no início deste livro assumidamente híbrido, algures entre ficção e autobiografia, a romancista Linn Ullmann deixa um aviso: “Se existisse um telescópio que pudéssemos apontar para o passado, eu poderia dizer: olha, aqui estamos nós, foi assim que aconteceu.” O “nós” é uma “constelação” familiar que não chegou propriamente a existir: “Eu era filha dele e filha dela, mas não era filha deles, nunca fomos três, e, quando vejo a pilha de fotografias que tenho à minha frente na mesa, não encontro uma única imagem em que apareçamos os três juntos. Ela e ele e eu.” [...] O “eu” que narra, e por vezes se desdobra num “ela” (sobretudo ao evocar a infância), é Linn, última a chegar entre os nove filhos de Bergman.

quarta-feira, agosto 09, 2023

M. , director da A. A.

 [às 9 e 50, no CC VdaG «pós - JMJ», à espera da abertura da FNC; lendo Os Inquietos» (p. 230) e a fixar imagens para futuras ... ]

- pelas 4 e 40, desligou a «APN»; esforçou-se tanto, para fixar as imagens «anteriores», que não religou a MÁQ.a = índice alterado...]

- esteve a conversar com M. R. de S. (onde, esqueceu) - tentou fixar os 2 temas principais, esqueceu - depois, num táxi, continuou a conversa (idem, esqueceu); junto à «AA», M. saiu e o taxista perguntou a D. quem era - «já foi Presidente da República, agora é Director da «Escola do Paraíso»

sexta-feira, agosto 04, 2023

«telefones no congelador»

 [excerto seguinte da narrativa da Entrada anterior]

  [...] A minha mãe teve muitos namorados, mas acho que não gostava deles. Esperava, como Penélope, que o homem certo chegasse a casa. Tinha um telefone Cobra, branco, na mesinha de cabeceira. Era o que mais usava. Preferia estar no quarto. onde se sentia à vontade com uma das suas camisas de noite de seda. Quando me deitava ao seu lado [...] Tínhamos também um telefone na sala. Era um Cobra vermelho. Tocava sem parar. Quando a minha mãe não suportava o barulho, arrancava os dois telefones - o vermelho e o branco - das fichas e punha-os no congelador.
                                              
                                                  Linn Ullmann, Os inquietos, 2023, pp. 96 - 97

quinta-feira, agosto 03, 2023

«homens, tão simples quanto isso»

  [...] Já muito se disse e escreveu acerca do rosto da minha mãe, dos seus olhos, lábios, cabelo, da sua vulnerabilidade angustiante, de como as melhores actrizes canalizam todos os sentimentos para a área em redor da boca, mas nada disseram sobre as orelhas. Em pequena, gostava de me deitar bem juntinho  a ela e de lhe passar a mão pelo cabelo. Era tão pequena que ainda não tinha palavras para a beleza nem para o amor; estava, como a maioria das crianças em tenra idade, centrada no que era grande e no que era pequeno, e a  minha mãe tinha pés e orelhas grandes. Deitávamo-nos na sua cama de casal com pernas amarelas e lençóis floreados, e eu tinha permissão para lhe afagar o cabelo enquanto ela, por exemplo, lia um livro ou falava ao telefone. Terminava amiúde as chamadas com as palavras «homens, tão simples quanto isso». Dizia-o um pouco para o ar depois de pousar o auscultador. Homens, tão simples quanto isso. A minha avó também dizia homens, tão simples quanto isso. [...]

Linn Ullmann, Os inquietos, 2023, p. 96

sábado, julho 22, 2023

«C de C»

  - obra «miscelânica», de curtas narrativas que «cruzam Géneros de Famílias Diarísticas» [outros recortes: AQUIAQUI]

O JARDIM
É a hora do almoço. Sento-me um bocado no jardim da Rotunda da Boavista à sombra, a comer uvas. Há sempre por ali tipos que vivem ao deus-dará. Um deles está à minha frente, deitado na relva com uma garrafa de água, vazia, nas mãos; traz demasiada roupa para este calor. Um outro, que parece mesmo Boudu salvo das águas, sentado num banco à minha esquerda, muito aprumado; de vez em quando bebe vinho de um pacote. Nem abro o livro, fico quieta a ouvir. Eles não se incomodam comigo, conversam, trocam informações sobre banhos e roupas  lavadas e passadas a ferro) que se compram por um euro, no Amial. Frases curtas, interjeições, pausas, repetições. «O Zé maluco não se vai aguentar no Magalhães Lemos.» Acendo um cigarro.

Cristina Fernandes. C de C, Flop, p. 121

terça-feira, julho 18, 2023

«O primeiro Dia...», Serena Cacchioli

 - após algumas semanas nas Mesas FNC, despertou a atenção de R.; são 109 curtas narrativas AUTOBIOG.as, tendo como motivo central a Figura Materna; lidos, hoje, dia 18,  apenas cerca de 20, que recorte(s) reproduzir, eis já a dificuldade...; terminada a 20, em S. TEOT., na espera do jantar para a GENER...; 

RECORTE(S):
103 / Antes de ser internada pela última vez em Setembro, a mãe tinha firmemente decidid0 que me acompanharia no primeiro dia da escola primária [...]
   A Ada contou-me que eu estava radiante. Havia muita gente [...] Para me acompanharem, para a acompanharem
 

 Serena Cacchioli, Demasiado estreita, esta morte, 2023, p.146

quinta-feira, julho 13, 2023

Zmab, dia 6 +

  [pelas 8 e 30, da ESPL. da Dona L., viu passar C. T., o ARQ,o; pelas 10 e30, no EUROM, reencontro com Qd,a de 2000; o «mesmo olhar», falar, rir, tiques expressivos...; atingida a p. 131 de «O infinito...»]

RECORTE(S):

    49 / [...] A minha mãe lia-me histórias à noite. O nosso pequeno teatro nocturno não estaria em perigo enquanto eu não soubesse ler. O que queria mesmo era aprender a escrever Quando era pequena achava que os livros tinham sido escritos para mim, que o único exemplar do mundo

Irene Vallejo, O infinito num junco, 2020, p. 131

quarta-feira, julho 12, 2023

«Primeiras histórias»

 [atingida a p. 111, na ESP. do R.]

RECORTE(S):

    37 / Quando era pequena achava que os livros tinham sido escritos para mim, que o único exemplar do mundo estava em minha casa. Estava convencida: os meus pais [...] tinham-se ocupado, nos seus momentos livres, de inventar e fabricar as histórias que me ofereciam. As minhas histórias preferidas, que eu saboreava na cama, com a manta até ao queixo, na voz inconfundível da minha mãe, existiam, claro está, só para que eu as ouvisse. E cumpriam a sua única missão no mundo quando eu exigia à gigante narradora: «Mais!»

Irene Vallejo, O infinito num junco, 2020, p. 109

sábado, junho 10, 2023

«Horta das Couves Futebol Clube»

 - Recorte(s) das pp. 70-71 da «leitura em curso», alcançada na ESP. do R., pelas 9 e 30:

[...] Perto da casa da Melva encontrámos o Ayoze e o Mencey, dois rapazes um ano mais novos do que nós, mas que eram muito espertos. Estavam a jogar à bola e tinham de ir a correr permanentemente pela estrada porque a bola lhes fugia e às vezes chegava até à parte de baixo da igreja. Nesse dia estavam a jogar no caminho, mas na maior parte do tempo jogavam na Horta das Couves Futebol Clube, uma espécie de campo de futebol improvisado numa das hortas por trás do tanque. Como o bairro era todo íngreme, a  Horta das Couves Futebol Clube também era. [...] Meninas, e se jogássemos aos apalpanços?, perguntaram-nos quando nos viram a saltar pela estrada abaixo. Eu parei, mas a Isora continuou a avançar e, lá em baixo, gritou-lhes que não, que nós íamos brincar às nossas coisas. [...] Dei meia-volta e segui-a rápido rápido porque tive medo de que os rapazes nos mandassem uma bolada por nos armarmos em boas e quando cheguei ao pé da Isora travei fixando os ténis no asfalto. A Isora voltou a tirar as cuecas do rabo e asfixiada e sem ar, muito corada, disse-me shit, alguma vez viste o pirilau do Simpessón quando está para fora? Não parece um batom vermelho?

Andrea Abreu, Pança de burro, Bertrand, 2023, pp. 70-71

segunda-feira, maio 29, 2023

O menino grapiúna e Camões

 - Evocações de Infância, mas não só, em pouco mais de 100 páginas, em «letra grande», ilustrado, de 81, 82

RECORTE(s) da 18.ª, e última narrativa:

    O primeiro dever passado pelo novo professor de Português foi uma descrição tendo o mar como tema. A classe se inspirou, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados, o episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema da minha descrição.
    Padre Cabral [...] Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor [...] Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. [...]

Jorge Amado, O menino grapiúna, Europa-América, S/D (1992?), pp. 115-116

quinta-feira, maio 25, 2023

No 25, Ruy Castro estava em Lisboa + «O oitavo selo»

 - então jovem, Ruy Castro trabalhava para as «Selecções» e morava em Campo de Ourique; evoca «esse tempo» em entrevista à «Mensagem», jornal de Lisboa [...]

RECORTE(s): 

Como foi testemunhar o 25 de Abril?
Foi uma surpresa, afinal na minha percepção de estrangeiro, a ditadura tinha durado 48 anos e parecia que iria durar outros 48. Na manhã do dia 25, quando acordei, a rádio só tocava umas marchas militares. Liguei para uma jornalista amiga minha que me disse mais ou menos o que estava acontecendo. Fui para a redação das Selecções a pé, pois não havia autocarros nem táxis. Cheguei lá e encontrei o diretor da revista, um tipo que tinha muito amigos entre os escritores fachos, trancafiado e com cara de assustado. Era daqueles que andava sempre arrumado, mas estava descabelado e com a roupa amassada, como se tivesse dormido por lá. Não havia o que escrever sobre o 25 de Abril, a revista não cobria esse tipo de notícia. Desci então até o Chiado e vi a revolução acontecer. Até um dia desses, ainda mantinha numa gaveta o cravo vermelho que uma mulher me ofereceu.
Uma testemunha que não podia escrever sobre o 25 de Abril.
Nem por isso. Era o único jornalista brasileiro em Portugal naquela época. Se chegou algum outro, foi depois, talvez depois de 1 de maio. Em frente ao prédio da Selecções ficava o escritório comercial da Manchete. Bati na porta deles e me ofereci para ser o correspondente da revista, que também não tinha repórteres por aqui. Durante seis meses, cobri os desdobramentos da revolução. Fiz várias matérias de capa, mas nenhuma matéria era assinada, para evitar problemas com os meus patrões americanos. [...]
Lançamento de livro de Ruy Castro, A Vida por Escrito, na livraria da Travessa, em Lisboa RAQUEL WISE/TINTA-DA-CHINA

- entrevista - artigo, no Ípsilon, a 16 de Junho, sobre  A vida por escrito** - sobre o Género Biográfico - que veio lançar em Lisboa, também tratado no item acima - RECORTE(S) do final:
[...] Será o biógrafo biografável? Ruy Castro aplica a si próprio o que defende para os outros: “A minha biografia? Primeiro: isso só será feito por cima do meu cadáver. [...] Já foi feito um livro, que é a minha história limitada aos meus, até então, sete confrontos com a morte. É O Oitavo Selo, da Heloísa.” Editado em 2014, foi buscar o título ao filme de Bergman O Sétimo Selo (1957). Heloísa explica: “São os sete confrontos dele com a morte. O oitavo selo seria o que estava em aberto. Hoje já estamos no nono ou décimo, relacionados com coração, língua, fígado, nariz, pulmão… Mas o Ruy sempre foi salvo pela palavra. Sempre tinha um livro para terminar, então não podia morrer.”                                                [sublinhados acrescentados]
- ** a 29 de Junho, na FNC-COL., atingida a p. 55 - obra com questões afins às discutidas no MESTR.o - 02 - 05, com exemplos q. b.

domingo, maio 14, 2023

Zmab + «arranca-se num instante», seg. MEC (crónica de)

- Continua difícil levar a General à Zmab [desde Julho...]; não ajuda nada o que ontem ouviu ao telefone - talvez dito por M. G. da S., que «mora» em frente da Barragem de S. C. - sobre «a cor da Água...»;

- quanto à «desprotecção» da Paisagem Protegida, que já leva décadas..., «ponto da situação» no Artigo de hoje do «Azul-Público»: AQUI

- M. E: C. - «em tempos», «ZMAB visitante», reage ao anterior, em Crónica de 19 de Maio - «O horror provisório»

RECORTE:

[...] No Verão passado, depois de mais de dez anos sem lá ir, voltei a visitar a Zambujeira e Odemira e, apesar de estar preparado para o que ia ver, fiquei chocado com a extensão das estufas mesmo ali à beira-mar. Parecia que uma paisagem diferente, de uma terra diferente, de um país diferente, tinha caído em cima da paisagem que eu conhecia, enterrando-a para sempre. [...]  [sublinhados acrescentados]

quarta-feira, maio 10, 2023

Helder Macedo

 - sempre que se lê um romance «com Gémeos M. + F., ou outros» - no caso, personagens narradoras «à vez» - recorda-se a leitura, lenta e marcante, de Pedro e Paula, de 98, de Helder Macedo, [...] ; de seguida, verificou-se «as existências» da obra de H. M. [D. lembra-se de o ver e ouvir na C. da C., quando foi S. de E., por aí por....] e «as disponibilidades» (para acrescentar um pouco as «existências», se e quando possível... (...);

[a 15 de Maio, na FNC: «pode verificar, no COMP.,  os livros disponíveis de H. M.?»; [jovem FUNC]: «escreve o quê?»; «poesia, romance, Ensaio... - e ainda está vivo....»]; 

[Seminário «Modos da Melancolia», «D. Duarte e o pecado da tristeza», em Maio de 2022]

Fotografias tiradas por Ana Hatherly, dos amigos Jorge de Sena, Helder e Suzette Macedo em sua casa londrina, anos 60 - [copiada do OBSERV.]

 - na Santa, destaca-se uma entrevista ao OBS, de 2018, de antes do Letreiro «Só para assinantes», logo, completa [...], e a da Revista «Desassossego, de 2016

- [de 98, Entrevista de Clara F. Alves, na «RTP Arquivos»];  [de 2005, «Entre Nós», na «RTP Arquivos» + «Por outro lado», Ana Sousa Dias]

domingo, maio 07, 2023

Zmab

 - 5 e 35, desligar da «APN»

Após alguns dias na Casa Velha (cerca de 50 m2, na Rua da Graça), o casal convidado e os seus 7 Infantes partiram sem se despedirem, sequer; a General destacou «o modo como se tinham tão bem acomodado em tão exíguo espaço»; foram depois à Casa Nova (Rua dos ALTEIr.os) e a General enfatizou :«ainda bem que não os trouxemos para aqui - olha só o trabalho que daria a limpar...»;

- afinal, a Casa Velha é a terceira numa ladeira, na qual a água do Mar já «beija» a primeira, o que levou a General a comentar: «daqui a 10 ou 15 anos, o J. já não terá esta Casa...»

segunda-feira, maio 01, 2023

«Shakespeare nas dunas», Antonio Prata

- já «começado», um 1.º EX. foi para C. V. (E. F., recém-chegada, em 2017?), num C. de T.; um 2.º para Jone (confirmou-se, ontem, que ainda não o leu...); só agora acabado, um 3.º EX. [...] - [na sexta, C. F. pediu-o emprestado...]

Recortes:
[...] Por mais divertidas que fossem nossas atividades praianas, um mês é muito tempo e era inevitável que em algum momento fôssemos visitados por aquele implacável companheiro da infância: o tédio. No final de uma manhã, lá pela terceira semana, cansados do mar, da areia, dos «croquetes», pastéis, picolés e barrigas dos baiaucus, nos encarapitamos sob o guarda-sol e, emburrados, pusemos em prática a única estratégia que conhecíamos para espantar a infelicidade: azucrinar a vida dos adultos até que eles nos trouxessem alguma solução. [...]
[...] Conhecendo intuitivamente o antídoto, minha meia-irmã bateu os olhos no livro que seu pai tentava ler e perguntou o que era. Romeu e Julieta, ele disse, e não o deixamos mais continuar a leitura: «Sobre o que é? Por que eles não podiam casar? Onde fica Verona? Dá para chegar de carro? E de barco? Pra que lado? È antes ou depois da África?»  [...]
     Daquele dia em diante, quando voltávamos da birita, entupidos de Fanta Uva e pastel, sentávamos nas esteiras e, até o sol se pôr, ouvíamos a continuação da história. [...]

Antonio Prata, Nu, de botas, Tinta-da-China, 2017, pp. 111-112


quarta-feira, abril 12, 2023

«porque hoje é sábado» - Vinicius por Manuel S. Fonseca

 - obra recente, vai para a «secção respectiva», por ora «fintando» a »Mesa das Trocas»; evocações AUTOB., de Infância, de Juventude, em «espaço colonial angolano», em curtos capítulos, com múltiplas referências a filmes e canções [...]; a cerca de 30 páginas de terminar a leitura [...]

RECORTE(S)
     Já tinha visto Os quatro cavaleiros do Apocalipse, estranho filme de Vincente Minnelli. Sabia da guerra no  mato de Angola, mas fome, peste, morte? Os meus 17 anos só tinham olhos para o gira-discos novo, comprado com o primeiro salário colonial. [...]
     Do outro lado da rua, o musseque. A música chegava lá. No Natal desse ano, pus os Led Zeppelin de lado e abri os ouvidos aos fados dos meus pais. Era um disco gravado por Amália e Vinicius na casa da Rua de S. Bento, [...]. Ouvia, em Luanda, um encontro de Portugal e Brasil como nunca mais houve. [...] Vinicius a dizer O Dia da Criação? Melopeia encantatória,  [...] 
    «Neste momento há um casamento», clamava a voz do poeta, «Porque hoje é sábado», diziam os convivas. [...]
                                
                                           Manuel S. Fonseca. Crónica de África, 2023, p. 106

quinta-feira, março 30, 2023

»Biografia», Hierro Lopes, B.

 - [como que de lugares secretos, onde esperaram o tempo necessário, «emergem» leituras como as deste pequeno volume de curtas prosas líricas, autobiog., também; foram sendo lidas, «fora de ordem», no «35», até à ALAM. e volta]

Recorte de «Biografia» (pp. 20-21):

[...] Uso ao peito a medalha dos anjos

domingo, março 19, 2023

Amélie

 5 e 45; «Desligar da M. APN...»

Exterior; P. M. ou outro?

- D. relê Prova (ou EX.???) de Português, que lhe «correra mal» - sobretudo o Grupo da Composição, «feito à pressa»;
 - «aliviado» com a CLASS. (15,2), lê, com espanto, uma das notas aí colocadas pela Prof.a; «Texto redigido ao estilo de A. N. (???), parecendo até que a copia descaradamente» (segue-se citação, de cerca de 5 linhas de texto de A.N...) ; mas se D. nunca lera nada dessa autora...; 
- circula e vai indagando as CLASS. dos «feras» da Turma - todos com 17, 18; raiva [...]

sábado, fevereiro 25, 2023

Herminette, II (e o Rasga Rasga)

 - quinta à tarde, quando D. rasgava «papelada» vária, da porta da «Cave do Quinto»:

- desta vez, vais até ao Osso!

terça-feira, fevereiro 21, 2023

A força (0u o poder) do Apelido

 - em «E-mel» para todos, uma Mestra do Paraíso (donde, citando de novo o Sr. DRT., «saem Homens ou Mulheres ou outra coisa qualquer»), retoma a questão da Operação de RE-Nomeação, no contexto das «ambiguidades identitárias ou de Género» e, após remeter para a Legislação, termina: «[...] o mais longe que vou, sem a alteração do Nome na secretaria, é tratar cada um pelo Apelido

- R., nos últimos anos, habilmente, eliminava qualquer Nomeação, usando sobretudo os utilíssimos Pronomes, outros Deícticos de 3.º Pessoa, expressões e termos «neutros» ou «indiferenciadoras» (como «Jovem», por ex.) também eles Marcas de Distanciamento no Sistema Português de  Formas de Tratamento...

quinta-feira, fevereiro 16, 2023

Herminette, I

- Herminette é aquela Menina que, de repente, «se sai» com coisas como a  seguinte:  [...]

[no estacionamento da Cuf, quando D., com as duas mãos, a apoia na saída do «Ru-Ru»]: «Estás a aplicar a longa prática que adquiriste com a minha M.» (a Marechal H.)

Pois é.

quarta-feira, fevereiro 08, 2023

Retrato (de Natália) + «Diário» (tudo de Skapinakis)

 - recolhido do artigo de Isabel Salema, do «Público-Ípsilon» sobre a EXPO no Museu do Chiado

Primeiro retrato de Natália Correia, de 1959
- Recortes: [...] É o que ficamos a saber, entre outros pequenos segredos artísticos, através da leitura de uma agenda de capa azul, um dos objectos encontrados no atelier do pintor e que agora se vêem exibidos entre as 82 pinturas que compõem a primeira exposição dedicada a Nikias Skapinakis após a sua morte (1931-2020). [...]

A agenda quase desfeita, de tanto ter sido manuseada pelo pintor, é “uma preciosidade”, “mas ainda não foi estudada”, explica Helena Skapinakis, filha do artista e uma das curadoras, juntamente com Maria de Aires Silveira, da exposição Os NikiaΣ​ do Nikias, [...] Funciona quase como um “diário artístico”, considera a filha, que começou a folheá-lo há pouco tempo e ainda não consegue datá-lo com precisão. Até aqui, acrescentou ao PÚBLICO, parece uma agenda única que vai dos anos 70 aos anos 90. [...]

domingo, fevereiro 05, 2023

M: nasce uma Leitora

 - na 1.ª pausa de Semestre do 1.º Bloco, M. veio ao GALH.; Ronda «28-Chiado» + a General a tentar dar cabo da Tosse dela; com o pequenino Indicador a avançar lentamente sob as sílabas, com muito apoio, já vai lendo; à noite, disse aos pais e à Fera (a Mana J. J.) que já lera 2 capítulos de «O principezinho»

domingo, janeiro 29, 2023

Hermógenes (o Caderno de Memórias de)

- no «P2» de hoje:

Recorte sobre o(s) Nome(s): ...] Fascina-a este incomum nome “Hermógenes”, que disse ter visto escrito pela primeira vez num papel no livro Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar, por ser o nome do médico de Adriano. Tem pena que o sobrenome “Ovídio” não tenha origem no poeta romano, mas no facto de o avô ter nascido a 3 de Junho, dia de Santo Ovídio. [...]


Grupo no Forte da Graça, em Elvas. Hermógenes Ovídio,  [...] ao lado de outros oficiais implicados na revolução de 3 de Fevereiro de 1927

- a neta lamenta ter descoberto tarde o(s) «Caderno(s) de Memórias» do Avô, isto é, só após a , morte da mãe;     - em «paralelo» a difícil tarefa de quem tenha que «dar destino» ao que fica nas Casas de quem partiu:

[...] Foi preciso a sua mãe morrer, já com 80 anos e há mais de uma década, e lhe caber a ela “a tarefa terrível de esvaziar a casa dos pais”, recorda. “Fiquei sozinha num fim-de-semana a ver papéis, a pensar que ia deitar fora a maior parte deles, sem saber o que fazer à biblioteca do meu pai, que era gigante, e que acabei por entregar à Academia Militar. Foi uma tarefa muito difícil. Esvaziar a casa dos pais é retirar-lhe a alma, porque as paredes vazias já não têm história, são paredes sem memória. Foi nesse processo, quando abri o armário da minha mãe onde eu sabia que ela tinha as suas coisas pessoais, mais importantes, que descobri este documento do meu avô do movimento revolucionário e a fotografia com as assinaturas”, explica. [...]

quinta-feira, janeiro 26, 2023

Dalvana

 - V. da G., P. Cafés, 10 e 45

O Nome estava na Placa da simpática barista; inquirida, informou que «fora a tia de S. Paulo a escolher o Nome, a mãe só o sancionara; e que viria do nome de filha do cantor Dalvan»
(virá de Dalva, latim, «muito clara»?)

quarta-feira, janeiro 25, 2023

L. G. e as Memórias dos Outros

 - bem insistiu L. G. com R., na parte final de 2122, mas... [...]; não se arrepende, D.; olhar para uma Câmara? falar para a Eternidade curta ou temporária? - «que pânico»; já R. B. - 42 anos de Percurso empenhado, muio empenhado - ficou bem, muito bem, mesmo...

sábado, janeiro 21, 2023

«Rebobine-se» OU «Não posso resolver o passado***» OU 6 A + 6 M + 23 D**

 - Resolver ou não, esquecer, não.

- Rebobine-se:

Cristina Sampaio, «P2», 22-01

- em 05, M. de L. R. inicia a destruição do Edifício; em jantar com A. M. F.,  D. explana a Visão do Filme [...]; e diz que gostará de ver as consequências...*

- em 06, «descongelou a picareta», por Mérito (MEST.) e subiu ao 8.º Piso...

- .. regressando ao  6.º, em 010, com a «habilidosa reclassificação dos Pisos»...

- em Maio de 019, [9 - 4- 2, em «marcelice»], o tal senhor, democraticamente, inverteu uma decisão da Assembleia da República, com uma ameaça de demissão***;

- em 020, D. «regressa» ao 8.ª Piso, «praia onde permanece morto»... à Data*

- *não estava na Visão de D. que, em 023, retornaria, em «finca pé», a luta pela recuperação do que falta**...; com um «estudo tão prolongado» (CGA dixit...), e a chegada de 66 + 4, cresce a tentação de... [«e o resto não se diz»] - ver: «pressa de envelhecer»

- a 25, crónica de Manuel LOFF; RECORTE: [...] Nos últimos 12 anos, os professores tiveram o seu salário desvalorizado em 24%, viram-se armadilhados numa carreira bloqueada por travões artificiais cuja única preocupação é impedir a progressão salarial (e das suas futuras pensões de reforma), e tiveram de enfrentar governos cheios de gestores tecnocráticos que desconhecem território, escolas e a atividade educativa enquanto tal. [...]

- a 26, artigo: «39 anos ou mais, até ao Piso de Cima e distribuição actual pelos Pisos»: AQUI


quarta-feira, janeiro 11, 2023

S.

 - S. era o «3.º Nome», primeiro Apelido, depois de F. e de J., 2 próprios, mas todos o tratavam por esse Nome - era um dos que, naquele «Bloco A», lutava pelas  Máximas a F. e a MAT., sobretudo [...]; mas também não faltava a Paródia, naturalmente [...]

- pelo andar da Rua do Diário de Notícias - onde pontificavam a Mãe e a Tia, «iguais», mas não Gémeas... - se passava tardes, de mais convívio e, ou, «galhofa» do que de estudo, com excelente lanche, sempre - em parte da mesma, visto que nunca houve acesso a «outras zonas» - foi lá que se ouvia os discos «anti-fasc.o» e G. Colon. (Cília, J. M. Branco e outros...) trazidos «clandestinamente» de França pelo pai - administrador de Empresas [...]; trocava-se livros, pelos aniversários; em 70, ofereceu a D. o «Amor Louco» de Breton; no «futebol de rua» do P. M., seria um «dos menos dotados [...]

- professor do Técnico e outras [...]; no «Breve» de hoje, no «Público», D. viu os Nomes sem «os títulos» [...]; pensa que só o reviu uma vez, no C.C. das A., no início da Vida com a General [79?; 80?]; sempre falou muito e com muito entusiasmo de Castelo de Vide, onde então passava os longos Verões das férias liceais, e para onde agora «regressou», definitivamente [...]

terça-feira, janeiro 10, 2023

«Entre hoje e amanhã ou até ao final da semana...»

 - [«vai receber a «audiência prévia»] «Entre hoje e amanhã ou até ao final da semana...» = resposta final de há pouco, ao telefone (único Meio permitido...), da senhora da CGA, com o «mesmo desplante» de todas as anteriores («anti-respostas»), cerca de [...] após o início da «Caminhada»]

- [se não andam a «brincar» com D., parece...]

sábado, janeiro 07, 2023

«Mente literária» E «Mente pictoral»

 Excerto da Entrevista de Anthony Rudolf a «E» - Revista do Expresso - número dos 50 anos:

ENRIC VIVES-RUBIO/PÚBLICO
[...] Tenho uma história engraçada sobre o ateliê. Quando modernizaram e renovaram a zona de estação ferroviária King’s Cross, começámos a notar muitos ratos e ratinhos. Os ratos deixaram a estação e migraram para norte, para a zona do ateliê. Chamámos um homem da empresa de controlo de pragas, Rentokil. Veio, deu uma olhadela para aquelas filas atrás de filas de vestidos, adereços e roupa vintage e disse: “Se eu fosse um roedor, isto seria um hotel de cinco estrelas” [risos]. Artistas como a Paula ou Lucian Freud, por exemplo, tinham mesmo de ter um ateliê. E muito se escreveu sobre a mística, a magia do ateliê de Freud ou de Paula. O corpo e a alma do pintor estão no ateliê. Ao contrário da escrita, a pintura é uma atividade muito física. Acho que há uma diferença entre uma mente literária ou verbal, como a minha, e a mente de um pintor. Um pintor tem de se focar no momento, não pode fazer três coisas ao mesmo tempo. Eu, por exemplo, posso fazer um rascunho e editar um ­poema enquanto viajo de comboio. [...]

sábado, novembro 19, 2022

S. MCH., Palácio

 - [noite muito «intersectada»...]; devido à transição 66-67?; 

- [desligar], pelas 6 e 15:

- 1.º Qd.o de 1.º Bloco; além da porta principal aberta, uma outra, por onde R. avança, aí encontrando um Qd.o de S. Mch. (51) [situação real, no Palácio Velho, quando, uma vez, por 2005, D. foi colocado num fundo e estreito Qd.o, inadequado, porque «oficinal», que «dava para a Rotunda das Olaias»...];

- pegou-lhe no braço e veio «apresentá-la» aos Caloiros: «Mestre S. Mch, de D. de C., já está no Palácio há pelo menos [...] [16]»; olhares «enjoados» do Costume...

quinta-feira, novembro 17, 2022

Ficção de Eu - Tove Ditlevsen (1917-1976)

 - é uma das leituras «intermitentes» deste «estado de Limbo»; retomada, no «Palácio», atingiu-se o final do 1.º Painel («Infância»); recorte daí:

[...]  Acabei os exames e na escola fizeram uma festa de despedida aos finalistas. Estava toda a gente doida de alegria perante a ideia de abandonar a «prisão  vermelha», [...] Quando me despedi dela, a Menina Matthiasen perguntou-me se já tinha arranjado trabalho. Respondi que sim, e comecei a falar, com um falso entusiasmo, acerca do curso de economia doméstica que iria frequentar um ano mais tarde, e que, até então, trabalharia como ama do filho de uma senhora abastada. Todas as outras vão trabalhar em escritórios ou oficinas e tive vergonha de não passar de uma assistente doméstica. A Menina Matthiasen, pensativa, cravou em mim os seus olhos inteligentes e meigos. Que pena não ires para o liceu, suspirou ela. [...]

Tove Ditlevsen, A trilogia de Copenhaga - Infância, Juventude, Relações Tóxicas (67-71), D. Quixote, 2022, pp. 99-100

- Artigo, do «The Guardian», sobre a Trilogia

terça-feira, novembro 01, 2022

De Balneário Camboriú à Penha de França («E esta, hein?!...»)

 - «lulista», GusT., jovem, loiro e magro, vindo bem do sul do Brasil, oficina, há cerca de 2, 3 meses, no Estaminé dos Manos D. + A., «pressionado»,  por estes,   nas funções que dantes (quando os Manos começaram...), eram atribuídas aos «rapazolas» de 14, 15... ou aos Velhos de «canetas» já gastas...

- por isso, não é fácil «entrevistá-lo»; depois da  turística Terra de Origem [Extraordinária, nos dois Nomes...],  «Marginal enterrada sob gigantescas Torres de Betão...»] - «onde a vida é muito cara» - as profissões do pai («tesoureiro de uma Associação» de...) , e da mãe («arquitecta, designer, em  actividade»); «berço fino» provocou R., sem efeito ou reacção...;  enfatizou, sobretudo, que «veio começar do zero» e que «há mais oportunidades na Europa»)...; bem, se Portugal fosse só Europa...

segunda-feira, junho 13, 2022

Fingi(dores)

 - 5 e 45: (penúltimo) desligar da Máq. APN:

- Qd.o do 1,º Bloco; 1.ª Sessão da ORTON.a: em palco, um outro Mestre, mais Velho e experiente, circulava, desejoso de «meter a colher»; R., após a INTROD., e prometer uma «2.ª metade prática», entra em «APG»; RIT. (a que vai para ROT.ão) vem ao Qd,o escrevê-lo, mas, tão lentamente, que «vendo o tempo a fugir», R. transfere a Sessão para o Exterior...;

- aí, face à Desconcentração geral e às intervenções do Mestre acima referido, o habitual «salto em frente»: vertiginoso «despachar» de conceitos, imagens e paradoxos [...]

quinta-feira, junho 09, 2022

Auto-retrato, Paula Rego + «uma Máquina de Guerra»

 - «Tríptico» (auto-retrato), de 2005; reproduzido do «Dossiê» do «ípsilon», de 8 de Junho:


- ensaio de Pedro Lapa, por «Décadas»; RECORTE:
[...] O confronto com o modelo é também importante. As anatomias e as poses das suas mulheres formam essa máquina de guerra que é agora o corpo feminino na sua relação com o estatuto da visualidade na história da pintura. Estas mulheres pintadas por Paula Rego, nesta e noutras séries, como as de 1995, Avestruzes, Branca de Neve ou no Crime do Padre Amaro, e sem título (a série sobre o aborto) de 1997, desenvolvem relações com as iconografias cristãs da Anunciação e da Natividade para contrariarem na fonte o pietismo patriarcal ao afirmarem um protagonismo e força sobre os seus destinos adversos [...]

domingo, maio 29, 2022

O Infantário de J.

5 horas: 2.º «desligar» da «Máq. APN» ( o 3.º seria às 6 e 30...)

 - com a General no carro, à espera, D. atravessou a rua, dirigindo-se ao prédio da Esquina entre a António Pedro e a José Falcão; levava dois compridos rolos de papel colorido de Embrulho e, ao olhar para cima, avistou as vizinhas de sempre;  a proliferação de botões de campainha, no átrio, levou-o de novo a tocar para o andar errado; desceu uma vizinha,  resmungando contra o barulhento Infantário do último andar...;

-[entre 75 e...., vindo da SMT, D. recolhia o sobrinho P. do Infantário, esse , sim, algo «militarizado»,  num 4.º andar da  Rua Nova da Trindade...]

- ... lá desceram  três Infantes, na galhofa, trazendo J.; no carro, a seguir, discutiu-se  o Tema «competências e profissionalismos», Com a General., como sempre, a impor as suas [...]»

segunda-feira, maio 23, 2022

124: «reversão»

 - 6 horas; desligar da Máq.a APN = [7,3 - 2,3];

- «curioso, por [...], usou uma chave que se «esquecera» de entregar, e deparou-se  com o CABEL.o., «tal e qual», em fase  final de (re)Montagem [...]; 
-  apareceram os COMP.es, que explicaram que «se queriam instalar em Lisboa» e que, para isso, tinham usado o «estratagema» [...]; D. verificou que também tinham adquirido o «B», ligando-o ao «C», pelo Interior...
- D.: mas não era necessária esta «encenação»...;
- [...]
- D.: «e agora, o Alvará? como vão obtê-lo, para um 1.º andar?»
- «tudo se consegue [...]»

quarta-feira, março 30, 2022

Tabucchi (Antonio)

 - nas últimas «Estações», R. já nem recontou a história que T. contava, sobre o «casual» Encontro com uma «plaquette» de «Tabacaria» [...]; «recontada», pelo minuto ---- do DOC. «Se de tudo fica um pouco - no rasto de Antonio Tabucchi, na «RTP - P»

quarta-feira, fevereiro 16, 2022

«atacado pelas costas...»?

 - «à traição», pela própria C. V.... ; foi na seg., nas URG. da Luz, «e o resto não se diz» [e, ou, já foi «apagado»]; 

- hoje, a partir das 16 e 20, haverá «Veredicto»? - «Falso Alarme!» = UFF!

domingo, janeiro 30, 2022

«Na cadeira do barbeiro» - Auto-retrato: Teotónio Pereira (Nuno)

 - endereço lançado, Hoje, por «duas Gerações» de Herdeiros-Descendentes, 


- e um artigo do «Público» que contextualiza o anterior e a «Vida-Obra»


- foto daí reproduzida: «auto-retrato com o filho Miguel e a primeira mulher, Natália, em 1956»

segunda-feira, janeiro 24, 2022

Decisiva semana?

 - 10 horas; regresso da Av. G. R., após o Corte de Cab., na B. do sr. F., realizada pela Dona D. - «famosa Lisboeta» - o primeiro dispêndio (só 9 E), após cerca de 42, 43 anos, de idênticas operações... 
[«arruma a tesoura, General, arruma a tesoura...»]

- só um «motivo» para o resto da semana: «será desta» que a A. Reis se resolve»?  - entre Esperança e Certeza, espera-se tudo, como nas anteriores operações... - [telefonema de T. P., pelas 17, confirma...; agora, que o Processo (cerca de 2, 3 meses), não «emperre», como da ultima vez, em Outubro com os T. N. - que apelidos...]

- 16 horas: «zoomalhada» com o Princeso e o vizinho holandês (J. M., pois M. B. «não se mostrou»...) - o «costume», só mesmo o Princeso....