[primeira manhã de P. na Zmab; ainda pouco «lavado», i. é, atento ao Rugido]
[na manhã de leituras, surge a entrevista de José Tolentino Mendonça à nova revista Estante - a ler, na totalidade, AQUI]
REcorte, da p. 23 [sublinhados acrescentados]:
[…]
[na manhã de leituras, surge a entrevista de José Tolentino Mendonça à nova revista Estante - a ler, na totalidade, AQUI]
REcorte, da p. 23 [sublinhados acrescentados]:
[…]
Esse “viver no aberto” está relacionado com a
imensidão do espaço que preencheu a sua infância em Angola [onde viveu entre os
12 meses e os oito anos]?
O professor João dos Santos diz que a infância é
o grande segredo do homem e a Flannery O’Connor diz que quem sobrevive à sua
infância sobrevive a tudo. (risos)
A sua infância e os lugares por onde passou
definiram a sua vocação?
Criaram condições. De Angola, tenho memórias do
espaço, um espaço a perder de vista, de todos os caminhos serem caminhos
longos, de haver um silêncio da própria paisagem. Como se a paisagem nos
pedisse um tempo mais vagaroso, mais paciente, mais demorado para a contemplação.
E guardo dentro de mim a memória dessa imensidão. Lembro-me de, às vezes, ir de
barco com o meu pai que era pescador. Tinha cinco, seis, sete anos, e lembro-me
de olhar para o fundo do mar ou para a costa, e de estar completamente extasiado
com a poesia do mundo. Essa contemplação espontânea acabou por me dar uma
capacidade de perceber o grande que habita o mínimo, que habita o escasso. E
nesse sentido, marcou-me muito.
[...]
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