[de menino com uma extraordinária capacidade de aprender, a músico, escritor,
ministro da Cultura... - é dele o livro referenciado no ALPA...]
REcorte da entrevista da (última) «Revista 2» do Público:
Era um menino-prodígio?Diziam isso. Havia muitas protecções de todos os tipos sobre o menino. Vivemos sempre com um olhar diferente sobre nós. E os meus pais não sabiam muito bem o que fazer com isso.
A sua família era de gente de poucas letras. Sim. Praticamente analfabeta. Só o meu pai sabia ler e escrever. A minha mãe não sabia. O meu avô não sabia.
Como é que, nesse ambiente, aprendeu a ler ainda antes de ir à escola?
Aprendi a ler graças à importação das latas de banha e de azeite de Portugal. [...]
ministro da Cultura... - é dele o livro referenciado no ALPA...]
REcorte da entrevista da (última) «Revista 2» do Público:
Era um menino-prodígio?Diziam isso. Havia muitas protecções de todos os tipos sobre o menino. Vivemos sempre com um olhar diferente sobre nós. E os meus pais não sabiam muito bem o que fazer com isso.
A sua família era de gente de poucas letras. Sim. Praticamente analfabeta. Só o meu pai sabia ler e escrever. A minha mãe não sabia. O meu avô não sabia.
Como é que, nesse ambiente, aprendeu a ler ainda antes de ir à escola?
Aprendi a ler graças à importação das latas de banha e de azeite de Portugal. [...]
Pelo gosto do desenho ou pelo significado das palavras? Pelos dois.
Inventava muito o ler quando ainda não sabia ler. E às vezes acertava. É muito engraçado. Também hoje me pergunto como é que copiava Vaqueiro,
V, A, Q, U, E, I, R, O, e como é que sabia que era vaqueiro. Essa frase
sempre me perseguiu, era muito criança e repetia: “Vaqueiro torna tudo mais
apetitoso.” Ou a lata de banha, “Braço Forte, Lda.” Ou: “Azeite Galo.” Copiávamos
tudo o que havia. Isso tudo no chão de terra batida. E líamos. Ali nasceu
a escrita. [...] Depois comecei a escrever cartas para as mulheres, para os
emigrantes, para os rapazes na tropa, e ficava uma espécie de menino de
aluguer da família.
Inventava muito o ler quando ainda não sabia ler. E às vezes acertava. É muito engraçado. Também hoje me pergunto como é que copiava Vaqueiro,
V, A, Q, U, E, I, R, O, e como é que sabia que era vaqueiro. Essa frase
sempre me perseguiu, era muito criança e repetia: “Vaqueiro torna tudo mais
apetitoso.” Ou a lata de banha, “Braço Forte, Lda.” Ou: “Azeite Galo.” Copiávamos
tudo o que havia. Isso tudo no chão de terra batida. E líamos. Ali nasceu
a escrita. [...] Depois comecei a escrever cartas para as mulheres, para os
emigrantes, para os rapazes na tropa, e ficava uma espécie de menino de
aluguer da família.
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