Passara um ano. Vinham os 20. Decorria o que
depois se designaria como «Verão Quente»
Chamar rotina a um bloqueio total não
ajudava. Das 8 às 15 e 30, cumpria-se: subir a S Roque, descer a Glória, subir
a Avenida; trabalhar, trabalhar e, depois, o percurso inverso. Daí até à noite,
imobilização total no sofá, de olhos fechados, sempre o mesmo «filme mental».
Rotina só quebrada para ir ver, de longe, à margem, uma ou outra manifestação,
das muitas de então. Passavam os meses, não via saída…
Passaram
os meses. Passou o «segundo 25». Pelo Verão, um encontro casual.
Conversas
pelas noites fora, por todos os momentos que se «arranjava». Mais do que
descobrir-se, a disponibilidade (ingénua?) para tudo compreender e aceitar do
«lado de lá».
No Verão, sós, na casa de S. Paulo; um inolvidável 11 de Setembro
na Caparica. Meses que parecem anos, de tão intensos. Sobreveio o
«arrefecimento». Natural, agora.
Irreversível, isso sim, a energia para
recomeçar a estudar, reconstruir-se.
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