10 anos. O liceu vem
aí. Já esqueci as Gaivotas. Largo dos Stephens, escola só de tarde. Caldeira adormece
e lá vou, manter o silêncio à canada.
Vá lá, hoje pô-los a ler. Evitando adormecer, imagino… O banho de sábado, no
alguidar, a mãe, o calçado em fila…
Que cheiro vem do J.!
Enfezado e manco, está cá atrás. Dorme sempre. Faço-lhe os trabalhos. O velho resmunga, mas
aceita-lhos.
[quero ir para
mecânico, ó D.! ajudas-me e tens Artista para toda a vida, pá!]
Pouco fala. Agride e
arranha todos. Ao bacano, não. Rapaz, o mais velho, ajuda a mãe, na descarga do
peixe. De pai alcoolizado, moram na
Madragoa, aonde o peixe podre gera os
focos de infeção.
Vai ser na sexta. A dona S. ajuda: banho em balde de lata,
sabão macaco, escova de arame. Escamuda, aquela pele não vai sentir nem um
arranhão…
[«sozinho, com miúdo da minha idade», com a Lisboa Marítima de então e uma pequena ajuda de Cesário]
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