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RECORTE (s)
[..] Sentada à mesa da cozinha com a minha mãe, traçava as letras e identificava-as pelo nome. Ela não tardou a ensinar-me a dizer o alfabeto para a frente e para trás, como se fazia na ilha de Granada. Apesar de só ter estudado até ao sétimo ano, durante o seu último ano na escola de Mr. Taylor em Grenville, tinham-na encarregado de ensinar as primeiras letras às crianças da primeira classe. Contou-me histórias sobre a severidade deste professor enquanto me ensinava a escrever o meu nome em maiúsculas.
Como não gostava de ver a cauda do Y, em Audrey, pendurada abaixo da linha, esquecia-me sempre de a pôr, o que irritava a minha mãe. Aos quatro anos, eu adorava a regularidade de AUDRELORDE, mas lembrava-me de acrescentar o Y porque a minha mãe gostava e porque, como ela costumava sublinhar, tinha de ser assim porque era assim. Não era permitido qualquer desvio em relação ao que considerava correcto. [...]
Audre Lorde, Zami: assim reescrevo o meu Nome - Uma biomitografia, pp. 42 - 43
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