terça-feira, abril 09, 2024

Camoniana

 

Retrato de Camões, indicado por Vasco Graça Moura
como sendo um auto-retrato do poeta ; DAQUI

segunda-feira, abril 01, 2024

Clarice e Andréa OU «cuidado com as reticências»

 - atingida a p. 360 (final da I Parte) da Biografia de C. L., por Teresa Montero [da BiblioPenha];      [a de B. Mozer, de 2009, «aguarda» na Est.e do Q.o de J....]

RECORTE(S):

[...] comoveu-se com o pedido e decidiu que a partir daquele momento não seria psicanalista, mas amigo de Clarice. [...] Nesse período, Clarice afeiçoou-se à filha de Azulay, Andréa. A menina tinha 10 anos e gostava muito de escrever. As suas cartas carinhosas comoviam Clarice, que lhe dizia que ela já era uma escritora, mas fizesse de conta que não era. [...] Nas cartas, Clarice fazia questão de lhe dar dicas de como viver e escrever. E enumerava uma série delas: não descurar a pontuação, pois ela é a respiração da frase; não abusar de vírgulas, cuidado com as reticências; o ponto e vírgula é um osso atravessado na garganta. E completava: »Agora esqueça tudo o que eu disse» [...]

Teresa Montero, À procura da própria coisa - uma Biografia de Clarice Lispector, 2022, pp. 332, 333

domingo, março 17, 2024

Pessoa e o(s) Desporto(s) + «A desobediente»

- Artigo do «Público», sobre o recente Colóquio na GULB.; lido no «28», a observar os TURIS «desenfarpelados» pela «onda primaveril de calor de Verão»; as referências feitas permitem elaborar uma Lista de Biografias a Ler...; 

- na BERT., alcançada a p. 73 de «A desobediente»...; a 21, na FNC, p. 100 - até aí, Representações da Infância...;                    P. Reis, na SIC

RECORTE:2

[...] Nos papéis que Pessoa trouxe de Durban, na África do Sul, havia poemas, listas de livros que desejava comprar ou papéis relacionados com jogos infantis. Richard Zenith encontrou listas de jogadores de futebol, de críquete, equipas e os resultados de jogos. Ficou curioso. À primeira vista, Pessoa parecia ter sido um espectador fervoroso de acontecimentos desportivos. “Fui à procura dos nomes dos jogadores dessas equipas e não os encontrava, nem sequer na escola onde estudou Pessoa. Fui também ver as listas telefónicas da época e esses nomes não apareciam em lado nenhum. Pouco a pouco percebi que tudo era uma invenção”, contou na Gulbenkian, explicando que Pessoa inventava equipas e imaginava jogos. “É fascinante e mostra até que ponto Pessoa era lúdico.” [...]

domingo, março 03, 2024

2 em 1

- 5 e 45: «APN» (1.º desligar da)
 - já passa da meia noite, com o Serviço a terminar, quando entram vários grupos,  «animados», mas não para fazer grande despesa...; como sempre, J. V. (o «Mestre de CERIM.a») recebe-os calorosamente; quanto ao mau humor de quem irá «perder barcos» e chegar muito mais tarde a Casa...;

- 7 e 10: acorda num 2.º qd.o de um Qd.o de D. de P., no momento em que, na presença de uma Mestre de Materiais, se «ordena» o total desligar dos «telelés», designando-os como «maquinetas fascist.es» e outras expressões «mimosas»...

quarta-feira, fevereiro 28, 2024

«O homem que lia as paredes» - Lucia Berlin (A Casa, as casas)

 - de 2019, mas vindo agora da FNC (30%...); alcançada a p. 81 destas evocações dos «29 primeiros anos de Vida de L. B.» (livro final, deixado incompleto,- 94 pp. - «em 1965» + «Cartas Escolhidas») OU ABG - ROTEIRO pela(s) CASA(s) [...]; 33 delas listadas entre 93 e 97;

RECORTE(s):

    Semanas antes do primeiro nevão, o meu pai levava-me às montanhas todos os sábados. Transportávamos provisões de Inverno para dar a um velho garimpeiro que lá viveu sozinho durante uns cinquenta anos. Farinha e café, tabaco, açucar, feijão seco, porco salgado, aveia, velas. Pesadas pilhas de revistas: The Saturday Evening Post, Redbook; Field and Stream
   Era uma longa subida, por um carreiro que marcámos no primeiro dia. Ele deixou-me fazer golpes nos troncos; a seiva mantém-se pungente na minha memória. Aninhada na orla do prado luxuriante verde-vivo, ficava a casa de madeira de Johnson. Na verdade, era uma cabana tosca, por pintar, com janelas que pareciam olhos e uma porta como um sorriso apalermado e torto. Ervas altas e flores silvestres cobriam o telhado como um chapéu festivo. [...]
[...] Eu arrancava meticulosamente as páginas das revistas e colava-as nas paredes com farinha e cola de água, com muito cuidado para não molhar nenhuma parte do texto. A ideia era fazer uma montagem cerrada das páginas em toda a casa, do chão ao tecto. E, nos dias escuros de Inverno, Johnson leria as paredes. [...]
[sublinhados acrescentados]

Lucia Berlin, Bem-vinda a casa, 2019, pp. 29-31

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Zmab sob Betão

 - 6 e 30: Máquina «APN» (1.º «desligar»)

- Ida à Zmab., de R., de autocarro, com «residente» - que talvez pudesse vir a «ajudar» no COND. - fez Visita Guiada por um Labirinto de Torres em construção - vista do lado do mar, em «frente compacta»; R. esqueceu a chave do Palácio, logo não o  pôde mostrar à referida Figura...; o estado da parede exterior, a precisar de urgente MANUT., deixou-o «aturdido»; como dizer isso à General, após o regresso?

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Mourão-Ferreira

 - R. esperou que M. J. C. reclamasse (2 Xs)  «que ainda não lhe enviara os prometidos textos» - ficara na «Letra G». no ano passado.

Com [o envio] dos textos de Mourão-Ferreira, a seguinte Nota:

No Natal de 86 [D. no seu 1.º ano em Estudos Portugueses], no «Copo de 3», efémero Poiso (Estaminet) numa esquina da Praça das Flores (com a Rua Marcos Portugal?), D. «oficiou» um jantar de D. com alunos seus - um amor feliz já levava alguns meses de sucesso e de vendas - ; à saída, debaixo do braço, um (tosco) embrulho com um Bolo Rei [era público que o adorava em «torradas»...]

Quanto à «selecção» que te anexo, usei-a, ao longo dos anos, várias vezes, [...]

[lembra-se R. que um desses poemas perturbava sempre muito e tanto que, uma vez... («e o resto não se diz»)

domingo, fevereiro 11, 2024

«um homem pequeno», Isabela Figueiredo

 . Excerto da Crónica ABG, de hoje, «A importância do Não», de I. F. (I. A. S., como Nome Civil, 86-87, 89-90, Nova), no «Público»: 

[...] Situo-me em 1976. Tenho 14 anos. É um domingo de Inverno, final de tarde. Estou em Alcobaça, em casa da minha prima M., onde talvez tenha ido passar o fim de semana para ajudar a tomar conta das crianças. Temos 15 anos de diferença, mas falamos como irmãs. A minha prima é alvo de violência física e psicológica por parte do marido, um homem pequeno, de maus instintos, que já lhe batia antes do casamento. Bateu-lhe durante a gravidez do primeiro filho. A lista de violência era longa, complexa em perversidade e diária, por nenhum motivo. Porque a persiana deveria estar fechada, porque a toalha da mesa tinha uma nódoa de sumo, porque chegou bêbedo. Ela temia-o, naturalmente. Observo e reconheço a violência que causa a demolição de qualquer ideia de família, mas não tenho medo dele. Desprezo-o. [...]