terça-feira, dezembro 08, 2020

Entre 4 e 8 de Dezembro de 1980: entre Sá Carneiro e Lennon

 - foi o último mês de trabalho de D. na «C. da C.» - não se lembra se já tinha ou não recebido a Carta [...]

- de 4, quinta, à noite, lembra-se de muita coisa - já as registou «por aí» [...]
- de 8, pouco, só «vagas imagens» do que disseram os jornais dos dias seguintes [...]                      
[« 5 tiros por um Autógrafo» ainda «arrepia»...]
- 40 anos depois, um «dossiê» da «Blitz» «acompanha» uma tarde de trabalho feriado, em «deserto pandémico» [...]

domingo, novembro 29, 2020

Sophia, a Mãe, Edoardo, o Filho

 - [«desligou», por momentos, para Ouvir a Chuva Intensa - sensação cada vez mais rara]

- o Fillho, Realizador, conversa com a Mãe [«Monstro Sagrado» do Cine...]

sábado, novembro 21, 2020

Cruzeiro, por Seixas

«No dia seguinte ao nosso casamento», 1967

- o «JL» republicou a «ABG», de Cruzeiro Seixas, do n.º 929, de 10 de maio de 2006, AQUI; no final, uma pequena Lista de «Desaforismos»

RECORTES:

[...] Em África expus nos anos 53 e 55, sob a égide de Aimé Cesaire, levantando grande movimento de opinião. Desde 2001, pela mão amiga da poeta e escultora Isabel Meyrelles, centenas de poemas que me atafulhavam as gavetas têm sido publicados, estando para sair o 4.º volume. [...] Hoje toda a gente passa por faculdades, e o mundo infelizmente não melhorou; se tenho alguma vaidade, ela resume-se a não ter sequer frequentado o liceu. E reprovei em Desenho durante dois anos, na António Arroio. Tudo o que reivindico é um lugar entre o Facteur Cheval e a nossa Rosa Ramalho. Quero acrescentar ainda que devo aos meus pais, uma enormíssima noção de Liberdade e de amor. Foi isso de resto tudo o que deles herdei. A este país tenho que agradecer todo o lado escuro da minha experiência. [...]

domingo, novembro 08, 2020

Os manuscritos limpos de V. F.

 5 e 30: desligar...

- «Tasca do Pai VELHO», ao «(pequeno)Balcão do Marisco» («desactivado», onde D. passava os dias a ler...);

- E. falava com J. O. (Mestre de HCA, recent.e apos.o...), sobre o último livro de V. F., «A MUR.a», datado de 1965, só agora saído (na verdade, o título é de A. B. - L., de 1957, cuja reedição viu ontem de manhã, na B.) [...];
- E. já o lera e comentava o facto de, sendo de 65, só agora ser reeditado..., e a limpeza dos (ilegíveis) manuscritos de V. F....

sexta-feira, outubro 23, 2020

«o bom Bocage lá de casa» ( «se não fosse...») + «Filmes Literários»

 - [desta vez, não houve o «Pesadelo no Q.do» do Costume...]

- 4 e 45; «desligar...»:
1.º Q.do, só com 5 Q.das, numa sala com mesa muito comprida e ecrã enorme; passado um filme sobre Stevenson, enquanto decorria outro sobre Mário de Carvalho, precisando de tempo para a «Oficina de Apresentação», E. já pensava em «saltar» outro(s) dos «Filmes Literários»  que seleccionara...

- 6 e 5; «desligar...»:
Poço dos Negros, início da subida da C. do Combro; num Microcarro parado, um Velho com cara de I. M. (sim, o de Oeiras), dizia para outro, no passeio: «não ensinam nada; nem a ler nem a escrever!»; (e enquanto arrancava) «se não fosse o Bom Bocage lá de Casa e...» (inaudível ou «esquecido»...); depois, o interlocutor dizia para outro circunstante: «a de História ainda quer tudo pormenorizado...; os outros? os outros são todos regulares, regulares...».

Máquina APN....

domingo, outubro 18, 2020

Rushdie: «A Ficção como Verdade»

[Há muito que D. não lê S. R...; foi à Estante da Sala e não encontrou nenhum: estará algum em S. António, nas Estantes de J. e de C. Bap.?]

Aos
 73, Entrevista ao «Ípsilon», a Isabel Lucas, sobre «Quichotte»...;

RECORTE:
[...]
Ainda sobre as origens deste livro, fala da ópera Don Quixote, Jules Massenet, para sublinhar que não se trata de uma imitação, mas de uma inspiração para falar de um mundo — este — onde existe uma confusão entre real e irreal.
O mundo da imaginação e o mundo objectivo sempre se sobrepuseram. As coisas têm de ser imaginadas antes de virem para a realidade. É preciso imaginar uma roda antes de fazer uma roda. Sempre houve transições entre o mundo nas nossas cabeças e o mundo à nossa volta. Mas o que está a acontecer de forma mais perturbadora é a confusão acerca da verdade em resultado da combinação de duas coisas: novas tecnologias de informação e um grupo de políticos sem escrúpulos. Há um problema quando muita gente não é capaz de distinguir entre mentira e verdade. A ficção é diferente da mentira. Margaret Atwood escreveu um ensaio muito bom sobre isto. Não me lembro das palavras exactas, mas o que ela dizia é que a literatura é acerca da verdade; a arte do romance é acerca de encontrar maneiras para a verdade, sejam quais forem; podem ser muito surrealistas ou muito naturalistas, mas o propósito é o de dizer alguma coisa que seja verdadeira acerca dos seres humanos e do mundo que construímos. Enquanto a mentira é um meio de esconder, de mascarar a verdade. A ficção e a mentira são inimigas de muitas maneiras. Muitas vezes diz-se que são a mesma coisa porque são formas de fazer acreditar. Mas a literatura está ao serviço da verdade, enquanto a mentira está ao serviço da falsidade. Num tempo como este a literatura pode refazer o contrato entre escritor e leitor, um acordo acerca do que é a verdade.
[...]

quinta-feira, outubro 01, 2020

«Escuta, Guilherme, por que é que te chamas Gui»

 - crónica de J. Miguel Tavares de hoje, no Público

RECORTE INICIAL:

Sobre Quino posso dizer isto: o meu terceiro filho chama-se Guilherme apenas para termos o prazer de o chamar “Gui” (ninguém o conhece por outro nome), tal como o adorável irmão mais novo da Mafalda. Há uma tira em que o pequeno Gui insiste, como todas as crianças, em perguntar “puquê”, “puquê”, “puquê”, e ao fim do quarto “puquê”, Mafalda suspira: “Só um ano e meio e já candidato ao gás lacrimogéneo.” [...]

terça-feira, setembro 29, 2020

«Avant et après», Gauguin

 Objeto híbrido ou «miscelânico», de 1903, de «Memórias, Diário, Auto-retrato, Manifesto e Testamento...»; a instituição que o recebeu, em troca de «impostos devidos», irá disponibilizá-lo ao Universo, digitalizado; INFO no «Público de ontem

sábado, setembro 12, 2020

«Em setembro ardem os montes e secam as fontes», Dulce M. Cardoso

 - «Setembro, setembro, setembro», na «Visão» de anteontem, 10, na série «ABG NÃO AUTORIZAD

Ilustração: Susa Monteiro

Recortes: 
      «Em adolescente o mês de Setembro desgostava-me. [...] 
      As férias grandes prolongavam-se então, até meados de outubro. As primeiras semanas sem aulas transbordavam de coisas boas, ir à praia com amigos, dar saltos do pontão do Tamariz, apanhar o comboio para espreitar Lisboa à revelia do revisor e dos pais, pedir gelados ao sr. Santini que regressava de Itália a cada primavera, subir e descer a Rua Direita deliciada com as excêntricas farpelas dos estrangeiros, apanhar boleias na Marginal, moer tardes no Tchipepa, cravar cigarros a desconhecidos, ver televisão até embater na mira técnica, chegava tão estafadamente feliz à cama que se tornava indesmentível as férias serem a criação mais conseguida de deus. Só que tudo cansa, até o prazer. Lá para o meio de agosto, o verão começava a gastar-se e eu aborrecia-me, o raio da areia pegava-se aos chinelos e às roupas, a água do mar parecia mais fria, Está cá um briol, gritava a Luísa, tão jovem no fato de banho comprado na Migacho. Tenho saudades da Luísa, que morreu há dois anos numa das enfermarias do IPO. Eu continuava a atirar-me, já sem o mesmo entusiasmo, do pontão do Tamariz, sobrava apenas meia dúzia de gatos-pingados na praia e a Teresa deixava-se ficar ao sol na toalha, estranhando a minha inábil insistência, Nunca vais conseguir saltar como os rapazes, o peso do peito escangalha-nos os mergulhos. Nessa altura, eu era quase só o meu corpo, e o meu corpo era tão eterno como o vaivém das estações, nessa altura, a morte, a minha e a dos que eu amava, não passava de uma peça mal desenhada que eu nem tentava encaixar no parco entendimento da vida. Tenho saudades da Teresa, que morreu muitos anos antes da Luísa, com as veias cheias de heroína. [...]

Em setembro ardem os montes e secam as fontes, dizia – dirá ainda – a minha mãe, o seu discurso minado por provérbios [...]


sexta-feira, agosto 28, 2020

«Bons Malandros» («Crónica dos») + «de noite não há moscas, não há relógios»

- [em fase de «adaptação a Série», segundo Z., por sugestão de jovem filho do realizador...]

- no início desta entrevista - G. R., 26 -, Zambujal, 84, evoca o «televisivo programa de Escrita», em cuja 25.ª (???)  edição, D. participou, premiado com uma ida a Salzburgo, com M. L. C., na Páscoa de 95 (...)

- quanto à «Crónica...», D. relembra 9192, ano de EST. no «PAV», com seis guiões e ida do próprio [...]

sexta-feira, agosto 21, 2020

Calças descosidas

 Zmab., 4 e 15, (1.º) desligar da APN:

Chegaram tarde a Genebra, mas ainda foi possível assistir ao desempenho Oratório de Rui Mad., num Plenário.
Na manhã seguinte, no Hotel, pelas 9, perguntou a D. «porquê tão cedo?»; ainda dava para um rápido passeio; mas, sentado, D. constatou que as suas únicas calças, apertadas, estavam descosidas...; que fazer?

segunda-feira, agosto 10, 2020

Apontamentos de Diário (C. C.)

- quando, em Jan. de 1718, com a outra «Italiana» (F.), alegou «vagas questões temporais» para voltar para Oeiras..., disse-lhes que logo «regressariam» à E. do Paraíso; assim foi e, de novo, num Qd.o de D....; 

- a C. C., «contrariava-se» os habituais «preconc.os de leituras» com Outras,  de «Além do PROG...»; 
- «reaparece», AQUI

 - e, mais recentemente, AQUI

quarta-feira, agosto 05, 2020

E.

- andava-se à procura de Nome em «E» para substituir Fausto, para o antecipadamente Extraordinário 2021...; solucionada hoje a «questão», antecipando... (... os absurdos que se prevêem...): 
Esteves (da «Tabacaria», e não só...) + Evaristo (da «Farmácia do...»):
                                          Estevaristo

domingo, julho 26, 2020

«Cara à Banda» (todos de), M.E.C.

- crónica de hoje - «A cara quiçá à banda» -, lida na ESP do Jardim da P. C.
 (ainda a pensar na CORR. de ontem à ZMAB, com J., «new chief»...)
RECORTE final:
[....] Para esta gente (isto é, nós) a máscara é apenas mais um adereço na longa e divertida caminhada para a extinção final.»

sexta-feira, julho 24, 2020

«Ó filho, vai ver a Revolução»

- (re)evocação do dia 25,  as «pequenas histórias» do «interior» do MNE, no «Público» de hoje

RECORTE:
[...] No andar de cima, ao fim da manhã, Vallera vai ao gabinete do seu chefe, Nataniel Costa — [...] No mesmo 4.º andar, vai até à sala do director-geral dos Serviços Centrais, o embaixador Humberto Morgado, 58 anos, um peso-pesado do MNE, bate à porta e espreita. “O Morgado estava reclinado para trás, em pose muito relax, com os braços cruzados atrás da nuca e as pernas esticadas e, em frente, completamente curvado e encolhido, estava o Nataniel Costa a ouvir as notícias com um pequeno transístor de pilhas colado à orelha.”
— O que queres? — pergunta-lhe Morgado.
— Saber o que é suposto eu fazer.
— Ó filho, vai almoçar e depois logo se vê!— O senhor embaixador não vai almoçar?— Dizem que está a haver uma revolução e ainda ninguém se lembrou de que este ministério existe. Alguém vai ter de estar aqui, quando um oficial ou um furriel vier bater à porta — respondeu Morgado — Ó filho, vai-te embora, vai ver a revolução!
Vallera foi buscar uma amiga — sua futura mulher — e foi para a rua. [...]

sexta-feira, junho 26, 2020

Retrato (leitura de)


Ilustração de Susa Monteiro
Recorte inicial da narrativa de Dulce Maria Cardoso, da «Visão», de 26-06

Posam com a rigidez das fotografias de estúdio, mas estão na rua. Atrás deles, há uma tosca paliçada horizontal onde despontam ervas entre as canas. Não é um casal amoroso com a sua filha bebé. É outra coisa. O meu avô, além da compleição física atlética, tem feições bonitas de ator de cinema. Lembra o Charlton Heston. De fato escuro, o seu braço direito dobra-se em ângulo reto, tornando-se numa cadeira-trono para a minha mãe. É o único do trio que não se apresenta hesitante, o único a quem nem o sol nem o futuro apequenam o olhar. A mãozinha da minha mãe agarra timidamente a da minha avó que, ao lado do marido e num plano que parece mais recuado, apresenta-se vestida de camponesa, a camisa aos quadrados e a saia preta a contrastarem com os sapatos de fivela. Os seus pés não estariam habituados a tal finura e talvez seja essa a explicação para os ter em V, à Charlot. É uma mulher feia, com monocelha e nariz adunco. Incrivelmente pequena. Tem a mão esquerda pousada sobre a barriga, estaria grávida do meu tio Manelinho, que viria a morrer aos oito meses de idade, depois de ter vomitado um líquido verde. A minha mãe nunca se refere à morte do irmão sem falar do tal líquido verde. Na fotografia, as cabeças dos três alinham-se numa reta inclinada. A segunda guerra mundial vai a meio. [...]

Dulce Maria Cardoso, «Foto #1: Para além daqui, só palavras me contam»


quarta-feira, junho 17, 2020

Primeiras Letras

[uma das últimas propostas de 1920, para quem já domina «todas as Letras»...]

«[...] (d) aquela escolinha particular, num quarto ou quinto andar da Rua Morais Soares, onde, antes de termos ido viver para a Rua dos Cavaleiros, eu comecei a aprender as primeiras letras. Sentado numa cadeirinha baixa, desenhava-as lenta e aplicadamente na pedra, que era o nome que então se dava à ardósia, palavra demasiado pretensiosa para sair com naturalidade da boca de uma criança e que talvez nem sequer conhecesse ainda. É uma recordação própria, pessoal, nítida como um quadro, a que não falta a sacola em que acomodava as minhas coisas, de serapilheira castanha, com um barbante para levar a tiracolo. Escrevia-se na ardósia com um lápis de lousa que se vendia em duas qualidades nas papelarias, uma, a mais barata, dura como a pedra em que se escrevia, ao passo que a outra, mais cara, era branda, macia, e chamávamos-lhe «de leite» por causa da sua cor, um cinzento-claro tirando a leitoso, precisamente. Só depois de ter entrado no ensino oficial, e não foi nos primeiros meses, é que os meus dedos puderam, finalmente, tocar essa pequena maravilha das técnicas de escrita mais actualizadas. [...]

José Saramago, As pequenas memórias, 1.ª ed., Lisboa Caminho, 2006, pp.  63-64
[«remeteu-o» para excerto «análogo» - DAQUI]

quarta-feira, maio 27, 2020

«ensinar a Missa ao Padre»

- 6 e 50: desligar da Máq. APN
- no exterior, a cinco, seis semanas do Fecho, Risol. - (aposent.a há cerca de 5 anos..) - entregou um telemóvel a F. e «zarpou»...;
- já lhe falara deste pai, brasileiro, que colocara o filho no Paraíso...; mas não estava formalizada a «intrusão» e o senhor, do «lado de lá», não entendia as informações que F. lhe prestava - (a quem se dirigir, como fazer...); com a conversa «descambada», antes de desligar - e de acordar - proferiu: 
«não quer que lhe vá ensinar a Missa ao Padre!»

terça-feira, maio 26, 2020

«à minha procura» («O mundo...) - Ruben A.

- nos anos em que o Género fez  parte do I Bloco, propunha aquele «ARRANQUE»...

RECORTES:
(…) Não sabia o que ia ver. Um cargueiro afundava-se e quarenta homens encomendavam a alma aos deuses revoltos do mar. Metemo-nos a caminho, daí a instantes acompanhávamos o rancho de mulheres da fábrica dos Marinhos, que, em grupo de quinze ou vinte, pareciam abutres à espera do boiar dos corpos. Frente à igreja do Lordelo a desgraça saía mais violenta dos sinos, ecoando ao vento, atirando badaladas num rebate onde as preces se tornavam impotentes. Sezé caminhava de chancas bem fincadas, eu sentia ali um tronco de carvalho do norte a que me podia agarrar se o naufrágio subisse palas margens acima, sentia que aquele homem, feito de uma só peça, estava a viver a tragédia. Era uma espécie de coro interior que o resolvera à caminhada. Primeiro assistira ao contar do espectáculo, agora queria participar dele, até nisso o carpinteiro se mostrava minhoto dos quatro costados. […] Ninguém se havia de salvar. Sezé, uma vez satisfeito da resolução, queria chegar a tempo, arrastava-me como quem puxa bácoro que vai à feira, dava a mão para me atrelar. […] «Vamos embora» ─ e eu saltava de poça em poça, metendo pé em água, molhando meia, e indo para o espectáculo daquele fim do mundo, que raro me amedrontava pela simples razão de nunca o ter visto.

  Pouco depois desembocámos no Ouro. Aí, junto ao rio, nem vivalma. O temporal expulsara as pessoas, e os barcos arrimados na margem pareciam os queixais tirados da boca do deus Neptuno. Estavam petrificados, a monte, e em dias de sol, durante a forte invernia, ainda serviam às crianças para  esconderijo  e aos velhos lobos-do-mar como abrigo para remendar as redes. O Douro não poupava as margens, subia, trazia manancial da Régua, das terras altas, uma barrela de água que do lado de lá parecia dar à Afurada um ar de esconderijo de pescadores lacustres. O céu fúnebre, de cinzentos a quererem luto pesado ─ o barro podre e turvo da cheia, o verde-escuro das árvores de folha perene, o som guinchado de carros eléctricos arrastando carreiros de água no seu vagar de precaução, e a ânsia de chegar para ver os que ainda lá estavam ─ , aumentava a passada de Sezé. Ele não falava, pensava com os mortos. Seria possível que não houvesse salvação? Estariam eles mesmo a morrer à flor dos olhos? [...]



Ruben A. O mundo à minha procura I – Autobiografia, pp. 22,23

quarta-feira, abril 29, 2020

«Rosas de Ermera» (a família Afonso dos Santos: João, José e Maria)

- «planando» hoje pela (pouca) informação disponível sobre «Cerromaior», de Luís Filipe Rocha, F. receou que este «DOC. BIOG.», de 2016, na VOZ da Mana, já não estivesse na «RTP PLay» - está, sim, para REVER

terça-feira, abril 28, 2020

domingo, abril 26, 2020

«O Jornal»

- na SMT, desde Fevereiro de 75, na R. S., onde estava então a RED., D. diariamente atendia os jornal.as de «O Jornal», desde a paciente Veterana, Edite Soeiro, ao ««regressado» Letria (por vezes com a «famosa»  camisa às riscas azuis vestida na noite anterior, na TV..., aos então jovens [...]; 
- por isso, a Crónica de Hoje de M. E. C., então com 19 (também D. celebrou 20 no final de 75...), o «remeteu» para esses Tempos...; no final, refere que:
«É um livro que hei-de escrever».
Oxalá.

quarta-feira, abril 22, 2020

Eugénio de Andrade, evocado por Pacheco Pereira

- na linha da sua recusa em escrever «sobre a Pandemia», P. Pereira, nesta narrativa, evoca aspectos (auto)biográficos de Eugénio, de si e de outros, entre as décadas de 60 e 70... OU como a poesia de Eugénio, analogamente à de Quasimodo (Salvatore), «foi salva» pela Música [...]

RECORTES:
[...]Entre o Ostinato Rigore publicado em 1964 e o Obscuro Domínio de 1971, Eugénio de Andrade escreveu muito pouca poesia. [...]
[...] O Eugénio estava com aquilo que hoje se chama writer’s block, uma sinistra expressão para um poeta, ou seja, estava com uma crise de escrita.[...]
[...] Eugénio dizia que já não conseguia escrever poesia, as suas palavras nos poemas tinham atingido um estado de depuração e contenção, que não conseguia ultrapassar essa forma exígua e contida. Dava o exemplo de Salvatore Quasimodo e dos seus poemas como também tendo chegado a uma forma tão condensada de escrita, “como uma pedra”. Não se podia passar dali. [...]

quinta-feira, abril 09, 2020

«Ah, Fadista!», o pai Pantomineiro e «o atraso dos Dicionários»

- a referência inicial da Crónica de M. do R. P. era a da noite do terramoto, de Fev. de 69, mas rapidamente passou ao Amor pelo Fado, a histórias de um«Pai pantomineiro» e terminou com um alerta para o atraso dos DIC.os [...]
RECORTE:
[...] Foi do meu pai que herdei a paixão pelo fado, que ouvi ao vivo logo em criança, porque os psicólogos nesse tempo não davam palpites, a minha mãe pelava-se por uma noitada e o meu pai era, além de boémio, vagamente doido. Porém, ao contrário de mim, ele estendia o seu amor ao fado às respectivas intérpretes; e, já eu era adulta, contou-me que chegara a ter uma amante fadista a meias com um marquês, que era quem pagava a renda de um andar na Almirante Reis que ambos frequentavam, embora, claro, em horários distintos. [...]

terça-feira, março 24, 2020

Rapaz ou Menino?

- [«Vai para o teu Canto de Leitura, Rapaz»]

- «O meu Menino, não, o meu Rapaz!» - terá sido a Resposta repetida da Mana A., em «idade indefinida» (mais 15 Meses do que D....) às Vizinhas que a «provocavam», de quintal para quintal, na «Casa da Calçada» (de onde a FAM. saiu pelo 9 anos de D....)
- em «fases» anteriores, terá tentado matá-lo... (outras Histórias...)

sexta-feira, março 06, 2020

Rodrigues Sampaio, 52 + «de pequenina...»

- sempre fechado na «cave do quinto», D. só hoje viu a SMT.[...]; inquiridas, as Func.as da CLIN. onde a General fazia as RAD.as, referiram «mais de  3 anos»... [terá que ser menos...]; houve rápida referência a 75-78, a Natália Correia...; rápida, pois a «interlocutora» nasceu por aí...
- antes, ao lado, duas meninas, de 6 e 10...; a primeira, na 1.ª, de «quadro de honra», mostrava à avó os «post-it» em que anotava os «mal comportados», e a «função» que a Mestra lhe atribuía (tal como noutros Tempos...); 
- «risota pegada», pois só havia Meninos nas Listas...; 
- «não largues o Q.º de H., miúda!», aconselhou F., à despedida...

terça-feira, março 03, 2020

O'Neill (Alexandre)





- com dois Qd.os por autor, (re) lê-se o que se pode...

- reproduzida da página 11 da Revista «Relâmpago», n.º 13, de 10/2003



- a semana e meia do Fecho, por «Covid 19»...

terça-feira, fevereiro 25, 2020

assinar a pele


- registo histórico - primeiro «desenho-escrita» do Nome; 

- Princ. informou que o fez «de memória e sem ajuda»...

segunda-feira, fevereiro 24, 2020

Retrato raro de Pessoa...

Fotografado da página 16
do «P2», de 23 de Fevereiro

... em criança, na coleção de...

RECORTE do «P2», de ontem:


.... Pedro Corrêa do Lago [...] É detentor de duas colecções de manuscritos e autógrafos, uma internacional e uma luso-brasileira, com cerca de 110 mil peças datadas de 1140 até 2017. “[...] na sala da sua casa em São Paulo, mostra uma fotografia de Pessoa, em criança, cujo verso tem uma assinatura que “deve ser uma das primeiras” do escritor português. [...]

domingo, fevereiro 16, 2020

Egypton OU «a incerteza é mais bela que a certeza»

Assim começa a Crónica de hoje de Maria João Lopes,  no «P2»:

      O meu avô chamava-se Egypton e eu nunca conheci outro avô com um nome igual. Nem avô, nem ninguém. Chamava-se Egypton e até hoje [...] ninguém na minha família sabe bem porquê. É um nome cheio de segredos, os anos foram passando e as perguntas foram ficando por fazer. Ou foram feitas, mas tiveram meias respostas. [...]

sábado, fevereiro 15, 2020

A Infância, o tio, a Contabilidade (Regina Pessoa)

- lida de manhã, em papel; completada à tarde, com Entrevista
Recortes:
[R. P..] Descreve Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias como o seu filme “mais autobiográfico de sempre”. Foi também, explica ao PÚBLICO, o que mais desafios lhe colocou ao nível técnico, por não querer abdicar da sua identidade estética mas desejar ao mesmo tempo incorporar todos os materiais e objectos que guardou do tio.
E há de tudo: navalhas, óculos, réguas, lanternas, e claro, as páginas com a infindável contabilidade, o enigma que foi sempre um fascínio para a sobrinha.[...]

sábado, fevereiro 08, 2020

«Hinata», aliás, CAR. (em Capítulos...)

- Qd.a de CORR., F. já não se lembra de quem começou a CONV...; não diz  o Nome Civil; diz que «H. é um Mito... e que significa Lua»
- visto que o «Bloco fazia panelinha», inquiriu-o junto de Mestre J. Leb.: CAR.a...; «batota, batota, acabou a Brincadeira», reclamou a Outra...; vamos a ver o que se segue...
- nevoenta manhã de 14 (dia da «Dor de C.»); no Átrio, só D. falou - no caso, da Verdadeira Sobrinha, pois H. dá os «sinais do costume», em Deriva ou Equivocada, à procura do que não existe na «E. do Paraíso»...

quinta-feira, fevereiro 06, 2020

A Fonte

- 6 horas; desligar da «máq. APN»
- mais jovens, D. e a General vão visitar a Mana C.; D. voltou atrás, para ir buscar o Álbum que a Mana emprestou em Julho (pelas 70 PRIMAV....); à saída, uma Qd.a pediu-lhe água; desafiou-a a correr ao seu lado, pela ladeira, até uma fonte onde, após se «refrescarem», D. contou vários EPIS.os às VELHAS senhoras que lá estavam...

quarta-feira, janeiro 22, 2020