domingo, maio 28, 2017

Banhos

- 5:20 - Pausa na Máq. APN

- Balneários. Antigos, em vários pisos e compartimentos. A General terminou primeiro e veio ter com J., que fazia exercícios [...], orientado por um [...]
- aparece A. G. («cá fora», M. de Text. e mãe do N...), com uma pequena Cuvete(a), com várias camadas de resíduos florestais, folhas, bolbos, raízes...; disse que «era um miminho» para [...]; a General «apoderou-se» do mesmo e «o resto não se diz...» pq. já «estava apagado...», aquando dessa Pausa....


sábado, maio 27, 2017

«E se algum cámone grosso lhe dá uma azevia na pantufa» - Dinis Machado, por Lobo Antunes

[lida na pág. 6 da Visão de 18 de Maio - Completa, a 25, AQUI]
Susa Monteiro 
[...] Alfredo Marceneiro que nós encontráramos uma noite no seu Bairro Alto, sentado na berma do passeio, perdido de bêbado, e para o qual o Dinis avançou a abraçá-lo
 - Você é um génio
 O outro olhou-o sem o ver, oculto atrás de uma névoa de tinto, com o Dinis inclinado para ele
 - Você é um génio
  o Dinis
- Sabia que é um génio, você?
  enquanto eu tentava puxá-lo
 - Larga o homem que ele nem sequer te ouve
 o Dinis insistia, inabalável
- Sabia que é um génio não sabia?
 e foi um castigo para o arrancar dali
- Temos de tomar conta do Marceneiro que isto está cheio de cámones
 lá o arrastei com ele protector
- E se algum cámone grosso lhe dá uma azevia na pantufa, já viste?
 a procurar cámones grossos pelas redondezas
- Temos de encontrar o meu irmão Zéca que é presidente do Lisboa Clube Rio de Janeiro [...], na esperança de achar um peso-pluma que ficasse junto a Alfredo Marceneiro em funções de guarda-costas,  [...]

sábado, maio 20, 2017

Palhaça (A Bolsa da Avó) - Bap. Bastos

[um dia o lerá a M., após passeio pela Bica; Oxalá; oxalá...]

[...] Quando a minha avó me visitava fazia-se uma pausa no tempo. Sentava-se no degrau da soleira da porta e contava-me as ocorrências do bairro onde nascêramos. Eu falava-lhe da escola, do meu pai que me levava ao cinema das zonas da cidade que ia lentamente descobrindo. Olhava-a com desvelo e à beleza do seu rosto ordeiro, comparável ao busto de uma estátua. O virar dos anos fez-me pensar como é que ela mantivera o porte e a teimosia da esperança, numa casa e numa família em que se chorava demasiado.
   Ao despedir-se enfiava a mão na bolsa colocada por detrás do avental e dava-me umas moedas. «Come bolas de berlim, dão grande sustento ao corpo.» A bolsa tinha a forma de um oito, com a base mais larga e três compartimentos: para as notas, para as moedas de prata e para as de cobre. A minha avó era dona de um bom par de mãos arcaicas. Fizera renda, trabalhara numa fábrica de lã de merino e, agora, vendia peixe.
  A bolsa era um artefacto de pequenos quadrados de flanelas coloridas e sobrepostas, e exalava um discreto cheiro a peixe. A minha avó gostava de passar a mão direita, como uma carícia, na zona do avental sob a qual estava a bolsa. Dizia que o dinheiro jamais se acabaria, porque se sentia reconfortado e grato pelos afagos. A verdade é que a bolsa nunca esteve vazia para quem, na família, de auxílio precisasse.

Baptista-Bastos, A bolsa da avó palhaça - A infância revisitada...-, Oficina do Livro, 2007, pp. 24 -26 (ilustração de Monica Cid, fotografada da pág. 25

quinta-feira, maio 18, 2017

«burro-de-dois-pés»

[isto deve ter sido desencadeado pela REP. de ontem, em que V. Mestres pediam clemência, isto é, REG. ESP de APOS.]

- impossível lembrar a «quem» correspondia a Alcunha; Caldeira era o Nome do Mestre; alentejano, com mais de 70, ainda Rijo e «desempenado», que, a partir de 6263... (sendo D. de Nov. só entrou com sete anos...); quanto ao «B. de dois pés» era um «desamparado«, provavelmente com «problemas cognitivos», que o Mestre tornara no principal «Bombo da Festa»

- relembra, sim, o Mário Jorge, que, sempre que o Pai vinha, em Estado..., para o ver, se escondia debaixo da Carteira, para que o homem, face à «ausência» do Filho,se fosse embora...

sábado, maio 06, 2017

SMT OU «onde estava em 75?»

- num Sáb., estacionar em frente ao A., em dia de DIST. de MAn., é só para quem vai cedo...
- por isso, percorreu-se a R. A., atravessou-se a AVEn. e foi-se comprar o J. ao quiosque em frente da SMT...

- Fechada. (!!!)
- o sr. do Q. informou que «fecha aos Dom., também»; e, «de semana, às 17 (!!!)»; e que, «por volta das 4 e meia havia de ver os (Maus) modos como os (supõe-se) GAMELAS correm com os clientes da Esplan....»
- seguiu-se a Treta do Costume: «Onde estava o Sr. em 75....?»

[Ai, esta Lisboa TURIST.]

segunda-feira, maio 01, 2017

«aquele que se levantou do chão»

Pequeno Recorte da Entrevista de Pilar Del Rio, ao Expresso, datada de 29 - 04:

[...] 
E quem é a Pilar depois do José?
Uma mulher muito mais velha, com uma experiência maravilhosa que muitas das mulheres que conheço [...] gostariam de ter tido. [...] vivi uma história absolutamente singular que partilho de manhã à noite todos os dias na fundação, na casa de Lanzarote, na Azinhaga. Vá para onde for, partilho essa história, porque é demasiado grande para a guardar só para mim: é a história de um dos cidadãos mais completos do século XX, uma pessoa que nasceu para ser massacrada e não o foi, que se levantou do chão, que se fez a si próprio, que não precisou de ser ‘filho de’, que nem sequer tinha o apelido do pai. Uma figura que os burgueses de mente curta ainda não conseguem compreender. Aqueles que não entendem a literatura de Saramago ou o próprio Saramago têm de ir a um especialista, pois são egoístas ou doentios ou têm uma conceção da vida demasiado elitista. Mesmo os que não concordam com Saramago não podem negar que ele os arrasa. Saramago é a-rra-sa-dor, um tipo que em menos de 30 anos construiu uma obra como esta. Alguém que escreveu “O Evangelho segundo Jesus Cristo”.
[...]  [sublinhados acrescentados]