- 5 20: «APN» (1.º desligar da MÁQ.a)
domingo, agosto 31, 2025
«Máq.a APN»
quinta-feira, agosto 14, 2025
Que Nome...
- não existindo ainda nem na FNC nem na BERT, houve que obter a obra de T. M. M. no SALD, na AFRONT; a VET funcionária, «disponível», teve a paciência de ouvir R. discorrer sobre, sobretudo, a LX...; localizado, na RTP-ARQ, o DOC de Diana Andringa, de 98;no mesmo END, ENTREV de 1958 + CLIP de Simpósio na Brown UNIV, de 81;
RECORTE(s):
segunda-feira, julho 21, 2025
Lista («Ex-AA»)
- na lista, pelo menos 3 «Ex-AA» [dois DIS, uma DOC...];
- artigo de hoje, no «DN», sobre A. dos R.
domingo, julho 13, 2025
«peutitá», «la petite est lá»
[do artigo de hoje no «Público»]
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| O visto para a família de Mireille foi passado em Toulouse, por Emile Gissot, sob ordens de Aristides de Sousa Mendes |
sábado, junho 28, 2025
«Trabalhos e paixões...» OU F. A. P. por M. A. V.
RECORTE(s)
[...] em 1993, o único romance de Fernando Assis Pacheco, Trabalhos e paixões de Benito Prada. A obra, que tem um dos arranques mais fortes da literatura portuguesa, entusiasmou-nos tanto, que eu logo prometi ao Fernando que, em Frankfurt, tentaria vender os direitos de tradução. Ele deu uma das suas habituais gargalhadas e respondeu-me: «Deixa-te disso. O único sítio onde eu quero ser traduzido é na Galiza...
[...] ele (Américo A. Areal) convenceu o editor Antón Mascato a traduzir a obra, prometendo-lhe que a imprimiria a um preço quase simbólico.
O Fernando ficou radiante - e mais radiante ainda quando Mascato o convidou a passar uns tempos na Galiza para trabalhar com o tradutor. Instalou-os em Vilagarcia de Arousa, no Hotel Balneario de Paco Feixó, à época um dos mais famosos chefs galegos. [...]
Quando a tradução foi publicada, em 1994, fizemos um périplo [...], para a promoção do livro. Mas à noite regressávamos sempre a Vilagarcia de Arousa. Aí, o poeta sentia-se em casa e permitia-se até, quando estava cansado da cozinha «moderna» de Paco Feixó, ir para a cozinha fazer ovos mexidos com chouriço. [...]
Manuel Alberto Valente, O outro lado dos livros - Memórias de um editor, 2025, pp. 36 - 37
sexta-feira, maio 16, 2025
A Menina que não gostava da «cauda do Y» ; Audre Lorde
[atingida a página 281 - de 426]
[..] Sentada à mesa da cozinha com a minha mãe, traçava as letras e identificava-as pelo nome. Ela não tardou a ensinar-me a dizer o alfabeto para a frente e para trás, como se fazia na ilha de Granada. Apesar de só ter estudado até ao sétimo ano, durante o seu último ano na escola de Mr. Taylor em Grenville, tinham-na encarregado de ensinar as primeiras letras às crianças da primeira classe. Contou-me histórias sobre a severidade deste professor enquanto me ensinava a escrever o meu nome em maiúsculas.
Como não gostava de ver a cauda do Y, em Audrey, pendurada abaixo da linha, esquecia-me sempre de a pôr, o que irritava a minha mãe. Aos quatro anos, eu adorava a regularidade de AUDRELORDE, mas lembrava-me de acrescentar o Y porque a minha mãe gostava e porque, como ela costumava sublinhar, tinha de ser assim porque era assim. Não era permitido qualquer desvio em relação ao que considerava correcto. [...]
segunda-feira, maio 12, 2025
«Quero Ler»; Audre Lorde
[..] Não ousei olhar para a minha mãe, com receio de que ela dissesse que não, por eu ser demasiado desobediente para histórias. Ainda perplexa com esta reviravolta súbita, subi para o banco que Mrs. Baker tinha puxado para mim, e dei-lhe toda a minha atenção. Era uma nova experiência, e sentia uma curiosidade insaciável.
Mrs. Baker leu Madeline e Horton Hatches the Egg - histórias em verso, com ilustrações enormes e lindíssimas, que vi graças aos meus óculos novos, presos à minha cabeça rebelde por uma fita preta elástica que ia de orelha a orelha. Também leu outro livro de histórias, sobre um urso chamado Herbert que devorou uma família inteira, uma pessoa de cada vez, começando pelos pais. No fim desta história, tinha-me conquistado para a leitura durante o resto da vida.
quinta-feira, abril 17, 2025
«uma trintona possuída» [De Paolis]
RECORTE daí:
Federica de Paolis (1971; -), Do lado da mãe (2024), do capítulo final, «RUA NEMORENSE, n.º 33, 1976» [...], pp. 228, 229
domingo, março 30, 2025
Viga (Vigarista); Rubens Paiva
- Seu vigarista, venha terminar o dever!
Riram muito da palavra «vigarista». Acho que a maioria não sabia o significado. Nem eu. Pelo tom, sacamos que era algo que se diz a alguém que quebra uma promessa e deixa os outros irritados. Eles ficaram repetindo, «Vigarista!», «Vigarista, Vigarista!». O apelido pegou. Além disso ela era sofisticada. Enquanto a maioria tinha apelidos simples, Teco, Neco, Caco, o meu vinha de uma palavra sofisticada, que enrolava na boca. Era a cara da minha mãe inspirar um apelido impronunciável. Com o tempo virou Viga.
Marcelo Rubens Paiva, Ainda estou aqui, p. 101
domingo, março 23, 2025
« As raparigas podem ser electricistas?» OU «ainda estou aqui» (Isabela Figueiredo)
A máquina de escrever do meu pai
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Esta é a máquina de escrever na qual escrevi meus primeiros textos literários, trabalhos de faculdade, meu primeiro livro Conto É Como Quem Diz , artigos de jornal e trabalhos escolares como professora. Usei-a até o início dos anos 90, quando foi necessário migrar para um computador. Os textos que eu trazia do trabalho para terminar em casa eram em disquetes. Não valorizo a lembrança da minha relação com esta máquina, a que me narra. Ela é importante porque pertenceu ao meu pai. Veio dele para mim. Por isso, a guardo, assim como guardo a máquina de costura da minha mãe, ainda com os carretéis onde ela os colocava e a linha que ela enfiava em furos específicos, numa jornada que não consigo reconstruir, por isso não posso desmontá-la. Mas agora o cenário muda: é noite, tenho seis anos, e este texto está sendo datilografado pelo meu pai. Estou sentada no chão assistindo. Ainda não sei escrever. Rabisco. Meu pai chegou do trabalho. Jantamos. Ele falou comigo e com a minha mãe, e agora está sentado à secretária para escrever este texto só com os indicadores, mas rápido. Está calor. Está de calções, camisola interior e descalço, como eu. A minha mãe repreende-nos por estarmos descalços. É falta de educação. Não é próprio de gente civilizada. Entretanto, passa a ferro a camisa que ele vai usar amanhã. Este texto, que no parágrafo anterior passei para as mãos do meu pai, é um projecto de instalação eléctrica geral de um edifício de 12 andares. Ele vai entregá-lo à Direcção-Geral das Infra-estruturas. Também pode ser um orçamento. É um orçamento, sim. Tantos escudos para cabos, tantos para fusíveis, tantos para tomadas, lâmpadas, fichas e interruptores. X para mão-de-obra. Total de não sei quantos mil escudos. «As raparigas podem ser electricistas?», pergunto. Podem, mas não é comum. Ele nunca viu, mas não é proibido. Quando meu pai não está em casa, brinco com sua máquina de escrever imaginando que sou adulta, casada e empregada em um escritório. Imaginando um futuro. Não sei se um dia olharei para ele sem saber o que fazer com ele. Que o guardarei, assim como a máquina de costura da minha mãe, por razões imateriais. É minha infância. É tempo perdido. Alguém depois o venderá para o ferro-velho, para dar lugar às infâncias que virão, tão puras e únicas quanto a minha. Sem saber disso. Isso mesmo. Mas depois. Quando eu não estiver mais aqui, e perder o controle sobre a matéria. Ficarei com a estimativa que meu pai está registrando, agora mesmo, enquanto escrevo, agora, e que só eu posso ver. Não sei quantos volts, não sei quantos amperes. Pai, o que é um volt? Pai, o que é um ampere? Guardarei essa estimativa imaterial até o fim do fim dos tempos, que está muito longe. Suspeito que nem exista. Mas agora ainda estou aqui. ISABELA FIGUEIREDO Máquina de escrever Rheinmetall, Lourenço Marques |
sábado, fevereiro 15, 2025
32... E «a próxima será na Margem Sul»
- cerca de 32 anos depois, por iniciativa de E. F. e H. T. V., cerca de 12 à Mesa - tudo facilitado pelo «Grupo no WPP.s...» - ; só R. levou os livros de L. F. P., logo, obteve as naturais Dedicatórias (como I. F. previamente comunicara a ausência, não levou os desta...) ; com maioria da «margem Sul», inevitavelmente: «a próxima será na Margem Sul...»
quinta-feira, fevereiro 13, 2025
«X Æ A-XII» = NOME ? = «a Criança é quem mais ordena?»
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| Fotografar a Criança na Sala do Império é uma Tradição (Kennedy, Obama...); à esquina da Mesa, com o «Dedo a Limpar a Sala», passa a ser a mais...; Kevin Lamarque / REUTERS; do «Público», de hoje |
sábado, fevereiro 08, 2025
Maria Teresa Horta
«Autobiografia», 2005, da Série publicada nas últimas páginas do «JL» - recolocada
[a Infância e a avó Camila, sempre... ]
EXCERTO:


