sábado, janeiro 07, 2023

«Mente literária» E «Mente pictoral»

 Excerto da Entrevista de Anthony Rudolf a «E» - Revista do Expresso - número dos 50 anos:

ENRIC VIVES-RUBIO/PÚBLICO
[...] Tenho uma história engraçada sobre o ateliê. Quando modernizaram e renovaram a zona de estação ferroviária King’s Cross, começámos a notar muitos ratos e ratinhos. Os ratos deixaram a estação e migraram para norte, para a zona do ateliê. Chamámos um homem da empresa de controlo de pragas, Rentokil. Veio, deu uma olhadela para aquelas filas atrás de filas de vestidos, adereços e roupa vintage e disse: “Se eu fosse um roedor, isto seria um hotel de cinco estrelas” [risos]. Artistas como a Paula ou Lucian Freud, por exemplo, tinham mesmo de ter um ateliê. E muito se escreveu sobre a mística, a magia do ateliê de Freud ou de Paula. O corpo e a alma do pintor estão no ateliê. Ao contrário da escrita, a pintura é uma atividade muito física. Acho que há uma diferença entre uma mente literária ou verbal, como a minha, e a mente de um pintor. Um pintor tem de se focar no momento, não pode fazer três coisas ao mesmo tempo. Eu, por exemplo, posso fazer um rascunho e editar um ­poema enquanto viajo de comboio. [...]

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