quarta-feira, junho 05, 2019

Jaime (Rocha)

- Excerto da entrevista no «Poema ensina a cair», de hoje

Quando é que surgiu o Jaime?

O Jaime surgiu já no primeiro livro, porque o nome ao contrário não me dizia nada. E então fui recuperar o Rocha que é o nome da minha mãe, que ela perdeu quando se casou. O Rocha era uma homenagem a ela e uma homenagem ao meu lado de pé descalço, que é dos pescadores, a linha dos pescadores - a minha mãe era filha de pescadores, o meu pai filho de pequenos comerciantes. E faltava-me um nome que se juntasse ao Rocha, e não funcionava bem Rui Rocha, era muito "rrrr". E um dia lembrei-me... Já tinha conhecido a Hélia (Correia) e não conheci o pai dela - morreu quando ela tinha 14 anos e nós conhecemo-nos com 20 anos de idade, na faculdade -, e ela falava muito do pai, que era operário correeiro em Mafra, e chamava-se Jaime, Jaime Correia. E eu quando ia a Mafra ela era a filha do mestre Jaime. Mestre Jaime, mestre Jaime, sempre ouvi falar do Jaime Correia, grande figura de esquerda, da ditadura. E um belo dia, ia editar um livro, e perguntei à Hélia o que é que ela achava, se podia juntar o nome de Jaime ao Rocha. E ela achou muito bem. (risos)

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